quinta-feira 31 2012

Brasil gasta R$ 21 bi ao ano por causa de males do cigarro


Dia Mundial sem Tabaco

Levantamento ainda apontou que doenças relacionadas ao tabagismo matam 357 brasileiros por dia

Doenças associadas ao cigarro matam 357 pessoas por dia no Brasil
Doenças associadas ao cigarro matam 357 pessoas por dia no Brasil (Denis Tevekov/Hemera/Getty Images)
O Brasil gastou no ano passado 21 bilhões de reais no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro, revela estudo inédito financiado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). O valor equivale a 30% do orçamento do Ministério da Saúde em 2011 e é 3,5 vezes maior do que a Receita Federal arrecadou com produtos derivados ao tabaco no mesmo período.
A pesquisa foi divulgada na véspera do Dia Mundial sem Cigarro, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no país. São 130 mil óbitos anuais (357 por dia).
Os resultados são fruto da análise de dados de 15 doenças relacionadas ao cigarro. Quatro delas — cardíacas, pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão e acidente vascular cerebral — responderam por 83% dos gastos.

Os custos, segundo uma das coordenadoras do estudo, a economista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Márcia Teixeira Pinto, são referentes às despesas tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na saúde suplementar. "Há tempos buscamos números que indiquem o impacto do tabagismo na economia do país", diz a diretora executiva da ACT, Paula Johns. Um dos argumentos da indústria do fumo para frear medidas de prevenção é a alta arrecadação de impostos, além da alta quantidade de empregos concentrada na atividade.
Aditivos — No debate mais recente, feito durante a discussão da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proibição de aditivos ao cigarro, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) apontou que em 2010 a indústria recolheu 9,3 bilhões de reais de tributos e gerou receita de 4,1 bilhões de reais. "Não concordamos com o número apresentado por eles de arrecadação. Mesmo assim, é mais do que a metade do gasto com doenças", afirma Paula.

Segundo ela, os números mostram que ainda há muito o que ser feito no combate ao tabagismo. Entre reivindicações está a regulamentação da lei que proíbe fumo em locais públicos fechados e a da proibição de propaganda nos locais de venda.
Fumantes no Brasil — De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2011, o número de fumantes está em queda no Brasil. O porcentual de fumantes passou de 16,2%, em 2006, para 14,8%, em 2011. Os homens ainda fumam mais (18,1%) do que as mulheres (12%), mas são eles que lideram a redução do hábito: 25% dos homens declararam serem ex-fumantes.
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.
(Com Agência Estado)

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