Vamos organizar o noticiário com uma listinha promissora:
1.
“O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias.”
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso na sétima fase da Lava Jato, rompendo o então pacto de silêncio das empreiteiras sobre a participação dos políticos.
2.
a) “O esquema foi comandado por agentes políticos para a manutenção de grupos e partidos no poder. O esquema alterou os resultados das eleições de 2006, 2010 e possivelmente de 2014. Houve desequilíbrio no pleito.”
b) “É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. PT e a base aliada como PMDB, PP. É a corrupção sustentando um esquema de poder.”
c) “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo.”
Antonio Figueiredo Basto, advogado do doleiro Alberto Youssef.
3.
“Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema do petrolão.
* Em outubro de 2014, VEJA noticiou que, perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.
— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.
Duas semanas depois, o editoral do Estadão “Lula e Dilma sempre souberam” ratificou a matéria de VEJA.
4.
a) “[O tesoureiro do PT] Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso na Lava Jato doaram para campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculações campanha X obras da Petrobras?”
b) “As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. O que dirá o nosso procurador-geral da República?”
c) “Lava Jato está prestes a mostrar que o que foi apresentado sobre a área de Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica. Ah, e o contrato de meio ambiente da Petrobras Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha.”
Ricardo Pessoa, o chefe do cartel da Petrobras, dono da UTC Engenharia e amigo de Lula.
* Pessoa ainda contou a amigos, segundo VEJA desta semana, o que exatamente estaria deixando Edinho Silva “preocupadíssimo”. A oito dias do 2º turno da eleição presidencial, o empreiteiro teve uma reunião em São Paulo com Luciano Coutinho, presidente do BNDES, quando a UTC estava atrás de dinheiro para financiar as obras do Aeroporto de Viracopos.
Coutinho disse que Pessoa seria procurado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, que pouco tempo depois fez contato. Edinho estava em busca das últimas doações para saldar os gastos do comitê de campanha da presidente e recebeu mais 3,5 milhões de reais da UTC, que se somaram aos 14,5 milhões de reais dados no primeiro turno, conforme acerto com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.
Se Edinho Silva já estava “preocupadíssimo”, agora o presidente do BNDES também deve estar.
5.
“Era uma coisa só, o que demonstra que os pagamentos na Petrobras não se davam por exigência de funcionários corruptos e chantagistas, como o governo quer fazer crer. Era algo mais complexo, institucionalizado.”
Um dos investigadores que atuam no caso, em declaração à VEJA desta semana, deixando cada vez mais evidente que mesmo as doações legais eram feitas com dinheiro obtido dos cofres públicos, seja por apadrinhamento por parte de instituições financiadoras, seja por corrupção pura e simples.
6.
a) “…há elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o ‘impeachment’ da atual presidente da República, Dilma Rousseff, perante a Câmara dos Deputados e Senado Federal, pelos fundamentos expostos no presente parecer.”
b) “…o assalto aos recursos da Petrobras, perpetrado durante oito anos, de bilhões de reais, sem que a Presidente do Conselho (Dilma presidiu o conselho de administração da Petrobras) e depois Presidente da República o detectasse, constitui omissão, negligência e imperícia, conformando a figura da improbidade administrativa, e enseja a abertura de um processo de impeachment”.
Ives Gandra Martins, advogado constitucionalista, em análise “estritamente jurídica, sem conotação política” presente no parecer encomendado por uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato.
7.
“Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”
Léo Pinheiro, amigo ressentido de Lula e presidente da OAS, cujos quatro executivos presos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça, escalando como o primeiro delator Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos.
8.
“Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho.”
Agenor Medeiros, 66 anos, diretor internacional da OAS.
9.
“A Dilma está deixando as coisas correrem. Isso é um grande erro. Se nada for feito, o problema chegará a ela, porque ela era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras.”
Lula, ex-presidente da República ressentido com a deslealdade da atual presidente ao debitar na conta do governo anterior os prejuízos bilionários provocados pelo esquema de corrupção. Para Lula, os parceiros de longa data, empresários e governistas, devem marchar juntos.
Eu concordo: todos marchando juntinhos para a prisão.
10.
“Podia passar mais rápido, por favor?”
“Bom, eu vou preferir ler, sabe?”
Dilma Rousseff, em reunião com seus 39 ministros, irritada com o operador de teleprompter justamente no trecho em que tentava defender a estatal mais roubada do mundo.
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