Ossos
A doença que deixa os ossos frágeis e porosos não tem cura. Adotar hábitos saudáveis é a melhor maneira de evitar a enfermidade
Patricia Orlando
Osteoporose: Mulheres na menopausa são as maiores vítimas da doença (Getty Images)
Uma em cada três mulheres acima de 50 anos terá osteoporose, segundo a Fundação Internacional da Osteoporose (IOF, na sigla em inglês). Entre os homens, o índice é de um em cinco. A doença atinge 10 milhões de brasileiros e, de acordo com a IOF, deve crescer 32% até 2050 no país.
Essa moléstia que deixa ossos mais frágeis e porosos, suscetíveis a fraturas — principalmente do quadril, costela e colo do fêmur — progride aos poucos e é incurável. Como a doença não dá sinais, ela costuma ser diagnosticada somente em fase avançada. "A única real manifestação da osteoporose é a fratura", diz Ari Halpern, reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A fratura do fêmur é a complicação mais ameaçadora da enfermidade. "De 40 a 50% dos pacientes que sofrem essa fratura morrem até um ano depois do acidente por causa das complicações decorrentes da falta de mobilidade, como pneumonia, trombose e escaras", diz o ortopedista Marco Aurélio Neves, ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. "O melhor remédio é impedir que a doença se manifeste."
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os principais fatores de risco para fratura relacionadas à osteoporose são baixa densidade mineral óssea, índice de massa corporal (IMC) inferior a 19, fratura prévia por fragilidade óssea (quando a quebra é ocasionada por uma pequena queda), uso de corticoides por mais de três meses, histórico familiar de fratura do quadril, tabagismo, consumo excessivo de álcool e artrite reumatoide.
As mulheres são mais acometidas pela doença do que homens principalmente porque, depois da menopausa, o hormônio feminino estrogênio, importante para a fixação do cálcio no osso, sofre uma queda brusca. Sem essa proteção, a perda de massa óssea se acelera e, quando atinge 25% do esqueleto, a osteoporose se instala. No caso do sexo masculino, a baixa da testosterona, também importante para a fixação do cálcio, é gradativa e afeta de maneira mais branda a saúde óssea — isto é, o homem é menos refém da testosterona que a mulher do estrogênio. "A doença costuma aparecer em homens após os 70 anos, mais tarde do que em mulheres", diz Neves.
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