Saúde pública
Óbitos podem ser prevenidos até 2025 com diminuição do tabagismo, pressão alta, obesidade, excesso de açúcar no sangue e consumo de álcool e de sal
Hipertensão: Estudo estima que milhões de mortes no mundo podem ser evitadas se taxa de pessoas pressão alta diminuir em 25% (Thinkstock)
Se a população mundial conseguir reduzir seis dos principais fatores de risco à saúde – tabagismo, consumo de álcool, excesso de sódio na alimentação, pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue e obesidade —, será possível evitar 37 milhões de mortes até 2025. A conclusão faz parte de um estudo feito no Imperial College de Londres, na Grã-Bretanha, e publicado neste final de semana na revista médica The Lancet.
Esses fatores de risco são causas importantes para as principais doenças não transmissíveis, que são as cardiovasculares (como infarto e derrame), as respiratórias crônicas, o câncer e o diabetes. De acordo com a pesquisa, caso esses fatores não sejam restringidos, o número de mortes causadas por essas quatro moléstias será de 38,8 milhões em 2025 – 10,5 milhões a mais do que o registrado em 2010, que foi de 28,3 milhões.
Em 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou uma meta de reduzir o número de mortes causadas por essas doenças não transmissíveis em 25% até 2025.
Segundo o novo estudo, essas 37 milhões de mortes podem ser evitadas se o tabagismo no mundo diminuir em 30%; o abuso de bebida alcoólica em 10%; o consumo excessivo de sal em 30%; a pressão alta em 25%. Além disso, é necessário que a taxa global de obesidade e diabetes deixem de subir. Se isso acontecer, até 2025 o risco de uma pessoa morrer devido a alguma doença não transmissível cairá de 22% para 19%.
Um levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde mostrou que, no Brasil, a prevalência de pessoas com diabetes subiu de 5,5% para 6,9% em oito anos. Por outro lado, pela primeira vez durante esse período, a taxa de obesidade no país deixou de crescer e se manteve estável.
“Se essas metas forem atingidas, a maioria dos benefícios ocorrerá em países de renda baixa ou média, onde 31 milhões de mortes podem ser prevenidas”, diz Majid Ezzati, professor do Imperial College de Londres e coordenador do estudo. Em um artigo publicado junto à pesquisa, Rifat Atun, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, afirmou que as ações dos governos que visam reduzir esses fatores de risco, porém, ainda não são suficientes para que a meta da ONU seja atingida.
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