Por Wellingotn Bahnemann, da Agência Estado, estadao.com.br
Órgão ainda não sabe as causas do problema e marcou uma reunião na quinta-feira para discutir o apagão
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BRASÍLIA - O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou que o consumo elevado de energia e o baixo nível dos reservatórios no País tenham provocado o apagão desta terça-feira, 4. Segundo ele, o órgão ainda não sabe as causas reais do problema, apenas que dois defeitos causaram a queda do sistema e motivaram um terceiro defeito. A falha afetou parte das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, além do Tocantins, no Norte. Mais cedo, o ONS informou que o apagão ocorreu por causa de um problema entre a linha de transmissão entre Colinas (TO) e Serra da Mesa (GO).
O ONS marcou para a próxima quinta-feira uma reunião para discutir o apagão. O encontro contará com representantes de empresas, do Ministério das Minas e Energia e da Aneel. De acordo com Chipp, não houve sobrecarga no sistema de transmissão.
Chipp assegurou que a falha no sistema de transmissão nnão foi provocada por um incêndio, a exemplo do que ocorreu em outubro do ano passado. O executivo, no entanto, não descartou a possibilidade de que o defeito tenha ocorrido por conta de carga atmosférica, embora as causas ainda não sejam conhecidas. De acordo com o ONS, as falhas ocorreram em linhas de transmissão da Taesa, da Intensa (empresa formada pelo FIP Brasil Energia, Chesf e Eletronorte) e da Eletronorte.
"O sistema estava operando dentro dos limites de carregamento", disse. No momento da falha, as três linhas da interligação norte-sul estavam transportando 4,8 mil MW, sendo que o limite operacional é de 5,1 mil MW.
De acordo com o ONS, "para evitar a propagação do evento", o órgão solicitou às distribuidoras locais o desligamento automático de cargas. A falha foi detectada às 14h03 e começou a ser normalizada às 14h41. As concessionárias seguiram um procedimento técnico predefinido de alívio de carga, coordenado pelo ONS, o que envolve o desligamento de subestações. O procedimento é chamado de Esquema Regional de Alívio
de Carga - ERAC.
Concessionárias dos Estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins confirmaram a falha.
Em outubro do ano passado, um incêndio em uma linha de transmissão do Piauí provocou um apagão em todos os Estado do Nordeste. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, afirmou que o governo seria "implacável" na fiscalização do setor e que iria aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e controle de acidentes.
Sem problema de abastecimento. Antes do ONS se pronunciar, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu que o setor de energia elétrica no Brasil teve aumento da sua capacidade e, por isso, apesar da chuva em nível abaixo do esperado e do maior consumo de energia no verão, há tranquilidade. "No passado, talvez o Brasil não suportasse passar um janeiro como este. Felizmente tivemos aumento de capacidade e, apesar de janeiro ruim, estamos tranquilos", disse.
"Em termos de afluência de reservatório tivemos um janeiro atípico, em que afluências foram muito abaixo da media de longo prazo", disse. Segundo Tolmasquim, é o pior janeiro em termos de afluência desde 1954. "Temos quantidade de usinas instaladas no País bastante grande e uma diversificação dessas usinas que permite que, mesmo tendo um janeiro ruim, não tenhamos nenhum problema em termos de abastecimento de energia elétrica", disse.
"Temos uma situação de um equilibro estrutural entre oferta e demanda." Tolmasquim disse que há tranquilidade porque o Brasil tem, além de hidrelétricas, as termelétricas, que estão sendo acionadas e "dando conta das necessidade". Ele defendeu, ainda, que não há "nada anormal" operá-las. "É esperado que elas operem durante certos períodos do ano", disse.
Ele citou, ainda, que em outros países as termelétricas são responsáveis por 80% da geração de energia elétrica, enquanto no Brasil o porcentual é de 20%. "Elas estão aí para isso, quando tem uma coisa ruim, você poder acioná-las", disse. Tolmasquim disse que a situação de afluência é ruim devido, além da chuva abaixo do esperado, ao calor, que aumenta o consumo de energia. "Felizmente investimentos foram feitos e não há riscos em termos de abastecimento de energia elétrica", reforçou.
http://estadao.br.msn.com/economia/ons-nega-que-consumo-elevado-de-energia-tenha-provocado-apag%C3%A3o
Órgão ainda não sabe as causas do problema e marcou uma reunião na quinta-feira para discutir o apagão
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BRASÍLIA - O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou que o consumo elevado de energia e o baixo nível dos reservatórios no País tenham provocado o apagão desta terça-feira, 4. Segundo ele, o órgão ainda não sabe as causas reais do problema, apenas que dois defeitos causaram a queda do sistema e motivaram um terceiro defeito. A falha afetou parte das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, além do Tocantins, no Norte. Mais cedo, o ONS informou que o apagão ocorreu por causa de um problema entre a linha de transmissão entre Colinas (TO) e Serra da Mesa (GO).
O ONS marcou para a próxima quinta-feira uma reunião para discutir o apagão. O encontro contará com representantes de empresas, do Ministério das Minas e Energia e da Aneel. De acordo com Chipp, não houve sobrecarga no sistema de transmissão.
Chipp assegurou que a falha no sistema de transmissão nnão foi provocada por um incêndio, a exemplo do que ocorreu em outubro do ano passado. O executivo, no entanto, não descartou a possibilidade de que o defeito tenha ocorrido por conta de carga atmosférica, embora as causas ainda não sejam conhecidas. De acordo com o ONS, as falhas ocorreram em linhas de transmissão da Taesa, da Intensa (empresa formada pelo FIP Brasil Energia, Chesf e Eletronorte) e da Eletronorte.
"O sistema estava operando dentro dos limites de carregamento", disse. No momento da falha, as três linhas da interligação norte-sul estavam transportando 4,8 mil MW, sendo que o limite operacional é de 5,1 mil MW.
De acordo com o ONS, "para evitar a propagação do evento", o órgão solicitou às distribuidoras locais o desligamento automático de cargas. A falha foi detectada às 14h03 e começou a ser normalizada às 14h41. As concessionárias seguiram um procedimento técnico predefinido de alívio de carga, coordenado pelo ONS, o que envolve o desligamento de subestações. O procedimento é chamado de Esquema Regional de Alívio
de Carga - ERAC.
Concessionárias dos Estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins confirmaram a falha.
Em outubro do ano passado, um incêndio em uma linha de transmissão do Piauí provocou um apagão em todos os Estado do Nordeste. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, afirmou que o governo seria "implacável" na fiscalização do setor e que iria aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e controle de acidentes.
Sem problema de abastecimento. Antes do ONS se pronunciar, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu que o setor de energia elétrica no Brasil teve aumento da sua capacidade e, por isso, apesar da chuva em nível abaixo do esperado e do maior consumo de energia no verão, há tranquilidade. "No passado, talvez o Brasil não suportasse passar um janeiro como este. Felizmente tivemos aumento de capacidade e, apesar de janeiro ruim, estamos tranquilos", disse.
"Em termos de afluência de reservatório tivemos um janeiro atípico, em que afluências foram muito abaixo da media de longo prazo", disse. Segundo Tolmasquim, é o pior janeiro em termos de afluência desde 1954. "Temos quantidade de usinas instaladas no País bastante grande e uma diversificação dessas usinas que permite que, mesmo tendo um janeiro ruim, não tenhamos nenhum problema em termos de abastecimento de energia elétrica", disse.
"Temos uma situação de um equilibro estrutural entre oferta e demanda." Tolmasquim disse que há tranquilidade porque o Brasil tem, além de hidrelétricas, as termelétricas, que estão sendo acionadas e "dando conta das necessidade". Ele defendeu, ainda, que não há "nada anormal" operá-las. "É esperado que elas operem durante certos períodos do ano", disse.
Ele citou, ainda, que em outros países as termelétricas são responsáveis por 80% da geração de energia elétrica, enquanto no Brasil o porcentual é de 20%. "Elas estão aí para isso, quando tem uma coisa ruim, você poder acioná-las", disse. Tolmasquim disse que a situação de afluência é ruim devido, além da chuva abaixo do esperado, ao calor, que aumenta o consumo de energia. "Felizmente investimentos foram feitos e não há riscos em termos de abastecimento de energia elétrica", reforçou.
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