Ô profissão malvada esta! Chega a hora em que a gente é obrigado a elogiar uma ação, UMA SÓ!, até deste incrível Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal. Vejam bem: Agnelo é o tipo de político que não poderia ter sido criado pela ficção. Ele supera qualquer delírio criativo. Leio na VEJA.com que ele pressionou as empresas de outdoors a suspender a veiculação de peças publicitárias encomendadas pelo associação de policiais — que, na prática, comanda a carnificina no Distrito Federal — em defesa da indecente, da indecorosa, da absurda, da escandalosa, da criminosa “Operação Tartaruga”. Atenção! Moradores do DF contam-me que, na prática, ela continua.
O erro de Agnelo — afinal, ele não poderia acertar inteiramente, nem que fosse uma única fez — foi tentar fazer isso à socapa, à sorrelfa, como é do seu estilo, como é do estilo do seu partido, como costuma fazer essa gente, que é truculenta até quando está cumprindo um dever.
A operação já tinha sido considerada ilegal pela Justiça. A esta altura, homens armados com equipamentos do estado e que cruzam os braços deveriam estar presos. Sindicalismo é uma coisa, terrorismo é outra. Páginas da Internet de apoio ao movimento chegaram a comemorar o aumento do número de homicídios. E isso na unidade da Federação que tem o salário mais alto do país.
É inacreditável que a situação tenha chegado a esse ponto. A mobilização deletéria dos policiais militares data do fim do ano passado. Agnelo permaneceu inerte. O governo federal, que é quem paga o salário dos policiais, também não se mexeu. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, gosta é de ficar difamando, ainda que por vias oblíquas, a polícia de São Paulo.
Então é o seguinte: a gestão Agnelo é uma piada macabra, contada com a ajuda do governo federal. Mas é inaceitável que um sindicato de policiais faça publicidade de uma ação considerada ilegal pela Justiça, que está, na prática, matando pessoas. Mais: os outdoors estavam sendo postos em áreas públicas. O governo, neste caso específico, fez bem em mandar tirar — dentro de todo mal que faz à população do DF.
Que o sr. José Eduardo Cardozo não tenha ainda dado um murro na mesa, por ordem da senhora Dilma Rousseff, para pôr ordem na bagunça, eis omissões que são a cara dessa gente.
A Polícia Militar, está na Constituição, é uma força auxiliar de defesa. Está envolvida também com a segurança de estado. Gente que usa armas como instrumento de luta tem é de ir em cana — e há leis para isso. Se preciso, Dona Dilma que chame o Exército para pôr ordem no DF. No caso, não é preciso nem decretar a intervenção. O Distrito Federal já é uma área de segurança nacional de responsabilidade do governo federal. Acorda, soberana!
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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