Ensino superior
Instituições paulistas avançam no Times Higher Education (THE), mas são as únicas do país a figurar na edição 2012-2013 da avaliação
Nathalia Goulart
Campus da USP no bairro do Butantã, em São Paulo - Divulgação/USP Imagens
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - entre as posições 251-275 do ranking do THE - Antoninho Perri/Unicamp
A Universidade de São Paulo (USP) firmou seu lugar, nesta quarta-feira, na elite do ensino superior mundial. A instituição galgou vinte posições no ranking 2012-2013 da revista Times Higher Education (THE), mais importante avaliação de universidades do mundo, e agora ocupa o 158º posto. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece listada entre a 251ª e a 275ª posições – após a 200ª colocação, as instituições são reunidas em grupos de 15. Nenhuma outra instituição brasileira aparece na tabulação da THE (confira o ranking completo).
No topo do ranking, pelo segundo ano consecutivo, está o Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), dos Estados Unidos, seguido pelas universidades Oxford (Grã-Bretanha) e Stanford (EUA), empatadas na segunda colocação. Harvard – que em 2010 estava na primeira posição e no ano passado caiu para segundo lugar – aparece em quarto. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) finaliza o pódio ocupando o quinto degrau.
A USP figurou pela primeira vez entre as 200 melhores do mundo em 2011, quando apareceu na 178ª posição. Naquele ano, a Unicamp integrava o bloco das posições 276-300. A evolução, portanto, é expressiva. "O crescimento do Brasil é extraordinário e deve ser celebrado", diz Phil Baty, diretor da THE, em entrevista a VEJA.com. Baty ressalva, porém, que é preciso mais ambição por parte das escolas brasileiras. "Para um país como o Brasil, os resultados ainda são bastante tímidos."
Neste ano, 51 das 76 universidades americanas ranqueadas entre as 200 melhores perderam posições no ranking. É o caso de Princeton e Colúmbia. Para os elaboradores do ranking, isso se explica em grande parte pela competição internacional, principalmente asiática, que se intensificou nos últimos anos. Cortes no financiamento público de pesquisa também podem ter influenciado o declínio do desempenho americano. Para a Grã-Bretanha, o ranking deste ano também não traz boas notícias. Em 2011, o país tinha 32 instituições entre as 200 melhores; neste ano, são 31, sendo que 19 delas tiveram desempenho inferior ao do ano passado.
Enquanto isso, a Ásia celebra. As duas universidades chinesas entre as 200 melhores do mundo subiram de posição: a Universidade de Pequim passou da 49ª para a 46ª posição, enquanto a de Tsinghua saltou do 71º para o 52º posto, galgando 19 posições. "O governo da China investiu um volume monumental de verbas públicas em um grupo muito seleto de universidades com o objetivo claro de torná-las instituições de nível mundial. Isso trouxe resultados", diz Baty. As duas universidades de Singapura mais bem colocadas ganharam, juntas, 94 posições neste ano; as quatro sul-coreanas, 23.
Na América Latina, o Brasil é o destaque. A Universidade Autônoma do México e a Universidade dos Andes, da Colômbia, aparecem na lanterna do ranking, no bloco 351-400. Já o continente africano tem apenas um representante na lista: a Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
Avaliação – Para a confecção do ranking, a revista THE analisa 13 quesitos, agrupados em cinco grupos (confira a tabela abaixo). Ao longo do ano de 2012, foram entrevistados 16.639 acadêmicos de todo o mundo e analisadas cerca de 50 milhões de citações em periódicos científicos. Todos os dados são tabulados pela Thomson Reuters.
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