segunda-feira 09 2013

Oposição também quer ouvir Gilberto Carvalho sobre livro

Política

DEM protocolou requerimento convocando Carvalho para comparecer em duas comissões da Câmara dos Deputados

Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
NA SURDINA - Um assessor do ministro Gilberto Carvalho participou da reunião na embaixada, recebeu o dossiê e ouviu detalhes do plano de ataque
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (André Dusek/Estadão Conteúdo)
Além do esforço para levar o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior ao Congresso para dar mais detalhes sobre as afirmações feitas em seu livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, a oposição também quer que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, preste depoimento sobre as revelações de um esquema orquestrado para "produzir e esquentar" dossiês contra adversários do governo Lula, conforme revelou VEJA esta semana.
Nesta segunda-feira, o DEM protocolou requerimento convocando Carvalho para comparecer em duas comissões da Câmara dos Deputados: Segurança Pública e Fiscalização Financeira e Controle. A expectativa é que a proposta seja votada na próxima quarta-feira. Se aprovada, por ser uma convocação e não um convite –, o ministro não pode se recusar a prestar esclarecimentos aos parlamentares. 
Segundo Tuma Junior narra em seu livro, em 2010, o então chefe de gabinete de Lula encomendou uma investigação contra o ex-senador e atual governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, após o surgimento de um documento apócrifo que afirmava a existência de contas no exterior em nome do tucano. Também esteve na mira da “fábrica de dossiês” petista o então senador Tasso Jereissati (CE). 

“A par das medidas particulares que possam ser adotadas pelo ministro, faz-se necessária sua oitiva, vez que estão em jogo denúncias contra órgãos estatais, que estariam prevaricando em investigações a cabo do Ministério da Justiça”, afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), no requerimento. “Vê-se também que recursos públicos podem ter sido desviados para paraísos fiscais, o que demandaria uma atuação tempestiva dos órgãos estatais, o que, nos parece, não ocorreu”, continuou, referindo-se a uma conta criada nas Ilhas Cayman, no Caribe, para guardar dinheiro desviado no esquema do mensalão. 


Senado – Tuma Junior também deve ser ouvido no Senado. Em requerimento apresentado nesta segunda-feira com o convite para audiência na Comissão de Constituição e Justiça, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cita as revelações de que o Ministério da Justiça foi utilizado para produzir dossiês contra adversários políticos do PT. "São revelações que mostram a apropriação da máquina do Estado por um grupo que a coloca a seu próprio serviço", diz o senador, no pedido. A expectativa do tucano é de que o requerimento seja votado ainda nesta semana. 

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