Responsável pelo ainda em cartaz no Brasil 'Obsessão' cria um enredo forte e patriota com o claro objetivo de faturar algumas (ou muitas) estatuetas na maior premiação de cinema do mundo
Diamond Films
'O Mordomo da Casa Branca'
O diretor Lee Daniels tem se tornado um dos mais badalados cineastas norte-americanos nos últimos anos. E seu mais novo longa, 'O Mordomo da Casa Branca' , que estreia nessa sexta-feira, 1° de novembro, nos cinemas nacionais, pode consagrá-lo de uma vez por todas. O filme, completamente pró-América, inclusive a projeção termina com um discurso do presidente dos EUA Barack Obama e a sua famosa frase 'Yes, we can', possui os ingredientes certos para levar para casa uma boa parte das estatuetas do Oscar 2014.
Sendo assim, os grandes trunfos do filme são o roteiro bem desenvolvido de Danny Strong e a atuação impecável de quase todo o elenco. Forest Whitaker, Oprah Winfrey e David Oyelowo, que trabalhou com Daniels no seu filme anterior, 'Obsessão' , dominam a tela com interpretações magistrais que podem, e devem, ser reconhecidas no Oscar.
Sendo assim, os grandes trunfos do filme são o roteiro bem desenvolvido de Danny Strong e a atuação impecável de quase todo o elenco. Forest Whitaker, Oprah Winfrey e David Oyelowo, que trabalhou com Daniels no seu filme anterior, 'Obsessão' , dominam a tela com interpretações magistrais que podem, e devem, ser reconhecidas no Oscar.
A história de 'O Mordomo da casa Branca' é inspirada no artigo publicado pelo repórter do 'Washington Post' Wil Haygood sobre Eugene Allen, um mordomo que serviu oito presidentes norte-americanos, de Harry Truman a Ronald Reagan. No longa essa figura guerreira, que de certa forma representa a luta de toda uma população negra, que lutava por uma vida melhor em meio à enraizada segregação racial que dava dignidade apenas aos brancos na América do século passado, é representada por Cecil Gaines (Whitaker). Ele é um homem sério e responsável que viu seu pai ser assassinado por um senhor de engenho (Alex Pettyfer) na plantação de algodão onde eles trabalhavam depois que o patrão abusou sexualmente da sua mãe, que ficou louca depois do episódio.
Ele então é acolhido pela idosa (Vanessa Redgrave) que morava na mansão onde Cecil e sua família trabalhavam para fazer dele um 'negro de casa', expressão (pejorativa) usada para designar os afro-americanos que serviam os brancos em suas casas naquela época. Mas o garoto decide abandonar o Mississippi para tentar a sorte em outro lugar.
Sem família, após muito perambular e até roubar comida para sobreviver, Cecil consegue a oportunidade de fazer parte de uma equipe de serviçais quando um senhor resolve ser benevolente com ele depois que Cecil invade a residência onde o homem trabalhava. A partir daí as coisas vão começando a melhorar para Cecil e um belo dia, quando o protagonista já casou e teve filhos, é oferecido a ele a vaga irrecusável para servir o presidente na Casa Branca como mordomo.
Sem família, após muito perambular e até roubar comida para sobreviver, Cecil consegue a oportunidade de fazer parte de uma equipe de serviçais quando um senhor resolve ser benevolente com ele depois que Cecil invade a residência onde o homem trabalhava. A partir daí as coisas vão começando a melhorar para Cecil e um belo dia, quando o protagonista já casou e teve filhos, é oferecido a ele a vaga irrecusável para servir o presidente na Casa Branca como mordomo.
Mas nem tudo são flores. Sua esposa, Gloria (Oprah), se torna uma mulher infeliz pela ausência do próprio marido em casa. Quanto aos seus filhos, o mais velho, Louis (Oyelowo), vira revolucionário (o filme também retrata a luta dos negros pelos direitos civis) a partir das ideias de Martin Luther King Jr. e volta e meia vai parar na cadeia. Já o caçula, Elijah Kelley, quer se alistar no Exército e defender um país que praticamente não o reconhece como cidadão.
Entre essas e muitas outras questões, 'O Mordomo da Casa Branca' se torna um drama interessante e que consegue tocar o espectador sem fazer muito esforço, tal qual o talento de Lee Daniels. Gostando ou não do cuidado excessivo para transformar a América em uma nação de sonhos e boas possibilidades, onde tudo é possível, Daniels realiza um filme de grande sensibilidade, sem cair no exagero, que emociona em diversos momentos e faz as pessoas refletirem sobre seus próprios preconceitos (de raça, gênero, classe social etc) quando os créditos sobem e as luzes se acendem.
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