domingo 24 2013

Astrônomos descobrem planeta com quatro sóis

Espaço

Astrônomos amadores utilizaram dados do telescópio Kepler e identificaram um planeta que tem o céu iluminado por quatro sóis. Ele orbita dois deles, sendo que o sistema planetário é orbitado por outras duas estrelas


(Arquivo) O planeta foi batizado de PH1 e fica a cerca de 5 mil anos-luz da TerraO planeta foi batizado de PH1 e fica a cerca de 5 mil anos-luz da Terra (AFP)
Uma equipe internacional de astrônomos anunciou nesta segunda-feira a descoberta de um planeta que tem o céu iluminado por quatro sóis, o primeiro sistema estelar do tipo identificado até hoje. O planeta, batizado PH1, situado a cerca de 5.000 anos-luz da Terra (um ano-luz corresponde a 9,461 trilhões de quilômetros), está em órbita de dois sóis, sendo que outras duas estrelas giram em torno destes. Segundo os astrônomos, apenas seis planetas são conhecidos até hoje por ficarem em órbita em torno de dois sóis, mas nenhum deles têm outras estrelas orbitando seus sistemas.
Esse sistema planetário circumbinário duplo (circumbinário é o sistema ou planeta que orbita duas estrelas) foi inicialmente descoberto por dois astrônomos amadores americanos, Kian Jek e Robert Gagliano, que utilizaram o site Planethunters.org. O site foi criado em 2010 para estimular os astrônomos amadores a identificarem exoplanetas --planetas situados fora do nosso sistema solar-- com os dados coletados pelo telescópio espacial americano Kepler, da Nasa. 
Astrônomos profissionais americanos e britânicos realizaram em seguida observações e medições com os telescópios Keck, situados no monte Mauna Kea, no Havaí, e comprovaram a descoberta .
Sistema extremo — "Os planetas circumbinários representam o que há de mais extremo na formação planetária", afirma Meg Schwamb, uma pesquisadora da Universidade de Yale (Connecticut), principal autora da pesquisa apresentada na conferência anual da divisão de Planetologia da American Astronomical Society reunida em Reno, Nevada. "A descoberta de tais sistemas estelares nos obriga a repensar como esses planetas podem se formar e evoluir em um ambiente como esse", acrescentou em um comunicado.
A descoberta foi publicada no site arXiv.org (da Cornell University) e foi submetida a publicação no Astrophysical Journal.
O PH1, um planeta gasoso gigante do mesmo tamanho de Netuno e com cerca de seis vezes o raio da Terra, orbita em torno das duas primeiras estrelas, de uma massa de 1,5 e 0,41 vez a do nosso sol, respectivamente. O período orbital é de 138 dias. As duas outras estrelas, por sua vez, orbitam esse sistema planetário a uma distância equivalente a cerca de mil vezes a distância que separa a Terra do Sol.

Nenhum comentário: