sexta-feira 04 2013

Seis alternativas para financiar a criação de uma startup

PME

Investidor-anjo, fundos, crowdfunding podem garantir que uma empresa saia, de fato, do papel; conheça algumas opções

Érica Polo
Startup
Empreender: confira as alternativas para buscar recursos e montar sua empresa (Fuse/Getty Images)
A ideia surgiu e o empreendedor resolveu que é hora de partir para o mercado. Uma das primeiras dúvidas é onde buscar recursos para iniciar o novo negócio. Uma alternativa para quem ainda está com o projeto no papel e não vai contar com capital próprio é buscar sócios. Caso seja esse o caminho escolhido, é importante que o empreendedor considere outras características além do potencial financeiro do parceiro, já que ele também poderá contribuir com conhecimento estratégico. Investidor-anjo, fundos e até mesmo crédito bancário podem ser opções viáveis — tudo depende do planejamento e objetivo do empreendedor. Confira algumas dicas de como encontrar recursos:

Ensaio

Antes de partir para o mercado, o empreendedor em estágio inicial precisa ter em mãos todas as informações que conseguir reunir sobre o cenário estratégico comercial – concorrentes e precificação, por exemplo – para serem apresentadas com clareza a potenciais sócios. Pode parecer algo óbvio, mas não é. O despreparo ainda é muito comum. Paulo Alvim, gerente de acesso a mercados e serviços financeiros do Sebrae, diz que muitas vezes o dono da ideia se preocupa mais com as informações técnicas – em explicar a tecnologia de um determinado aplicativo que foi criado – do que em também constatar os benefícios ou diferenciais que este serviço ou produto tem diante de outros similares que existam no mercado. “Há muito ainda o viés do ‘fazer’ e é preciso mostrar para um investidor o ‘porque fazer’”, avalia. O empreendedor deve estar preparado para vender sua ideia com clareza e ter o maior número de respostas na ponta da língua. “Um investidor não apoia uma ideia, mas um negócio”, reforça o especialista. 

Investidor-anjo

O investidor-anjo é um empreendedor interessado em apostar em negócios inovadores. Normalmente é alguém que acumulou recursos – muitas vezes tem uma empresa que já deu certo – e resolve apoiar uma iniciativa. A injeção de recursos normalmente vem acompanhada de orientações como indicação de clientes, fornecedores e parceiros. Mas, apesar do apoio estratégico, é importante reforçar que o investidor-anjo não será um executor de tarefas. Além disso, os anjos são alternativas apenas para o investimento necessário não superar limite de 1 milhão de reais. É possível encontrá-los, por exemplo, em eventos promovidos pela Endeavor, Sebrae ou Finep. O Sebrae promoveu neste ano uma espécie de rodada de negócios para unir as duas pontas durante a Campus Party, em São Paulo, e o Brazilian Application Seminary (Brapps), em Brasília.

Capital próprio e amigos

A velha fórmula de investir capital próprio e/ou a opção de contar com familiares e amigos também está na lista. Foi assim que Jeff Bezos, hoje bilionário, começou sua empresa de e-commerce que se transformou no gigante Amazon. No entanto, Pablo Ribeiro, gerente do Startup Network da Endeavor, ressalta os prós e contras em contar com empréstimo de conhecidos. Segundo ele, é preciso ter certeza de que o investidor em questão é a pessoa mais apropriada para participar do projeto. Além disso, o fato de o sócio ser familiar ou amigo pode transformar discussões práticas de trabalho em um grande problema, já que há relações envolvidas. “Nem sempre é indicado misturar relações pessoais às de negócios”, avalia.

Crowdfunding

É um financiamento coletivo (porque não dizer uma espécie de “vaquinha”) por meio de várias fontes, em geral pessoas físicas. O dono da ideia precisa fazer ampla divulgação do produto ou serviço, não basta inseri-lo em uma plataforma e esperar retorno de interessados. É indicado por especialistas como boa alternativa para testar o projeto porque, se o empreendedor conseguir captar o valor necessário, é um indicativo que há demanda. O Sebrae fornece um exemplo: um diretor de cinema quer arrecadar dinheiro para financiar um novo filme. Ele pode criar esse crowdfunding para receber investimentos. Quando o filme for lançado, os investidores recebem benefícios: pode ser o retorno em dinheiro ou cópias do filme. Esse tipo de investidor não costuma se tornar sócio.

Venture capital e private equity

Quando startups já testaram produtos/serviços e modelos de negócios e estão prontas para avançar, podem receber investimentos das empresas de venture capital, que também são chamadas de fundos de capital de risco. Geralmente são aportes que superam 1 milhão de reais, em troca de participação no negócio. Em um estágio posterior, quando a empresa está mais madura, o investimento pode vir de fundos de private equity. Nesse caso as operações envolvem investidores de maior porte, empresas ou holdings que detêm operações comerciais consolidadas.

Financiamento

As vias tradicionais de financiamento geralmente não servem quando a ideia ainda está no papel, já que bancos, por exemplo, emprestam dinheiro para empresas em atividade. Quando o negócio estiver em andamento, no entanto, há alternativas de empréstimos com juros subsidiados caso o empreendedor precise de recursos e não queira um novo sócio. Exemplos são o BNDES e a Finep. Além de empréstimos reembolsáveis, a Finep tem ainda a alternativa de ceder recursos a fundo perdido para negócios inovadores, já que seu objetivo é fomentar o empreendedorismo.

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