“Primeiramente, é o retorno que surge a partir dos investimentos para explorar e desenvolver esse Campo de Libra, que é um campo gigantesco, com reservas estimadas de oito a doze bilhões de barris. Isso envolve investimentos de até US$ 200 bilhões. O pré-sal como um todo soma US$ 700 bilhões de investimentos previstos a partir do seu desenvolvimento”.
Losekann ainda comenta o que isso representa na posição do Brasil no contexto internacional, frente aos outros países. “É a mudança do papel do Brasil no cenário mundial. Antes, o Brasil tinha um papel marginal, e buscou a sua autossuficiência. Com o pré-sal, passa a ser um grande produtor e exportador de petróleo”.
Essa visibilidade ainda vai abrir portas para mais investimentos estrangeiros no Brasil, além da provável parceria econômica com a China, já que a presença dos asiáticos no leilão do Campo de Libra promete ser massiva. Além disso, recursos que deixaram de ser aplicados no país devem fazer o caminho contrário e retornar para aquecer a economia.
O professor ainda dá a estimativa de exportação da Agência Nacional de Energia Elétrica. De acordo com o órgão, o Brasil deve exportar em 2013 2,2 milhões de barris diários. Até 2030, o número saltaria para 5,5 milhões de barris diários, o que representa um excedente de exportação de 2,6 milhões de barris diários. “Isso colocaria o Brasil entre os principais exportadores de petróleo no mundo. O segundo que mais acrescentaria à sua produção até esse horizonte, o que dá ao Brasil um enorme papel de destaque”, ressalta Losekann.
Sobre a tecnologia empregada no Campo, o Brasil é considerado um dos países mais avançados pela sua excelência mundial na aplicação de tecnologia de exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas. A Petrobras foi a empresa pioneira no desenvolvimento desse tipo de exploração, e hoje faz escola.
Greve dos petroleiros
Contudo, trabalhadores do ramo do petróleo parecem caminhar na direção contrária de todo este avanço e benefícios que o país terá com a exploração do pré-sal. Funcionários da Petrobras e suas subsidiárias estão paralisados por tempo indeterminado. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a paralisação não foi desencadeada por questões salariais, mas por temas como segurança, meio ambiente, saúde e soberania nacional. Apesar do discurso, pedem reajuste salarial de 16,53%. A Petrobras oferece aumento de 6,09% (IPCA) no salário-base, além de 7,68% na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR), e um abono equivalente a uma remuneração ou R$ 4 mil, o que for maior.
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