segunda-feira 14 2013

Artista faz protesto em Moscou contra prisão de brasileira

Rússia

Muralista Eduardo Kobra esteve na cidade a convite da prefeitura e aproveitou para grafitar muro com desenho em que pede a soltura da bióloga Ana Paula

Grafite do artista brasileiro em Moscou que pede a libertação de Ana Paula
Grafite do artista brasileiro em Moscou que pede a libertação de Ana Paula - Divulgação

Em viagem a Moscou a convite da prefeitura da capital russa, o artista brasileiro Eduardo Kobra fez, neste final de semana, um protesto contra a prisão da ativista Ana Paula Maciel, detida em setembro pelas autoridades da Rússia ao lado de 29 outros membros do Greenpeace, durante uma manifestação contra a exploração de petróleo na zona ártica do país. Kobra grafitou em um muro no bairro de Mendeleevskaya, próximo à estação de metrô do mesmo nome, a obra Ana. O local foi escolhido justamente por ser um tradicional ponto de arte de rua em Moscou.
O grafite, que mostra um urso polar segurando uma placa com os dizeres “Free Ana” (libertem Ana, em inglês), foi feito às escondidas. A produção da obra levou cinco horas. “Primeiro pintei o urso e, só ao final, escrevi a mensagem, para não despertar tanta atenção de quem passava pelo local”, explica o artista. Kobra viajou a Moscou a convite da administração local para executar, sob encomenda da prefeitura, um enorme painel em homenagem à bailarina russa Maya Plisetskaya, uma das principais estrelas do teatro Bolshoi durante a era soviética. Ele embarcou nesta manhã em um voo de volta ao Brasil.
Kobra entregou o mural em homenagem a Maya na sexta-feira. A obra foi realizada em parceria com Agnaldo Brito, artista do Studio Kobra, que o acompanha na maioria dos trabalhos internacionais. 
O caso Ana Paula - A bióloga brasileira, ativista do Greenpeace, foi acusada de pirataria pela Justiça russa – um crime que pode render até quinze anos de prisão no país – e segue detida em uma prisão em Mursmank, Noroeste da Rússia, junto com os outros ativistas – quatro russos e 25 estrangeiros de dezesseis países.
O grupo viajava no navio Arctic Sunrise, que navegava pelo mar de Barents quando foi detido no dia 18 de setembro por uma patrulha após alguns dos ativistas tentarem escalar uma plataforma petroleira da empresa russa Gazprom.
Ao longo da última semana, a Justiça russa rejeitou novos pedidos para que fianças fossem estabelecidas para os acusados. Os ativistas negam as acusações de pirataria e insistem que sua ação de protesto contra a plataforma da empresa estatal Gazprom, responsável pela exploração de petróleo no Ártico, era pacífica. Embora o próprio presidente Vladimir Putin tenha reconhecido que o protesto não era passível de uma acusação de pirataria, as autoridades levaram adiante o processo contra os ativistas.
Frente à repercussão do caso, diversos órgãos internacionais, personalidades e governos têm pedido a soltura imediata dos ativistas, assim como a liberação do navio de bandeira holandesa usado pelo Greenpeace. Na última quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff usou a sua página no Twitter para afirmar que o Itamaraty tem a ordem de dar “toda assistência” para Ana Paula durante o período em que ela estiver presa.

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