Alimentação
Se fosse um país, o desperdício de comida seria o terceiro maior emissor de gás carbônico do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos
ONU estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano (Thinkstock)
Um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado a cada ano – junto com toda a energia, água e produtos químicos envolvidos em sua produção e descarte. É o que mostra um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quarta-feira. Segundo o documento, o desperdício de comida pode ser visto como terceiro maior emissor de gás carbônico no mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Os alimentos destinados ao consumo humano descartados anualmente correspondem a aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas. Isso significa que quase 30% por cento das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, o mais longo e caudaloso da Europa, são usadas em vão.
No relatório, intitulado A Pegada do Desperdício Alimentar, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base nos preços de produção. Traduzido em recursos naturais, ele consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares de terra.
A FAO estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo. Segundo a instituição, o uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa e, consequentemente, diminuir o aquecimento global.
Soluções — No mundo industrializado, a maior parte do desperdício vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Já nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.
"A redução do descarte de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.
A organização sugere melhorar a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento, métodos de embalagem e alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários. Ainda segundo a FAO, os consumidores de países desenvolvidos devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras.
(Com Agência Reuters)
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