quarta-feira 11 2013

Entenda os conflitos na Síria:

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Os conflitos que desencadearam uma guerra civil na Síria começaram em março de 2011, em meio ao cenário da Primavera Árabe, uma onda de protesto que derrubou líderes em diferentes países árabes. De acordo com os últimos relatórios da ONU, mais de 100 mil pessoas já morreram e mais de 2 milhões já deixaram a Síria, desencadeando uma crise humanitária. A rebelião começou na cidade de Daraa (sul do país), quando 14 crianças foram presas e supostamente torturadas após escrever em um muro um slogan relacionado às revoltas que ocorriam na Tunísia e no Egito. Manifestações que pediam mais democracia, mas ainda sem citar a queda do presidente Bashar Al-Assad, foram reprimidas pelas tropas sírias. Os protestos não só continuaram como se espalharam por todo país

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Os protestos era pacíficos no início, mas foram interrompidos com violência pelas forças do governo de Bashar al-Assad. A polícia abriu fogo contra os opositores e matou ativistas. As medidas impulsionaram as manifestações em outras cidades da Síria e a oposição passou a exigir a queda de Assad. O presidente se recusou a renunciar, mas fez concessões para tentar aplacar os manifestantes. Entre elas estava o fim do estado de emergência, que durou 48 anos, e uma nova constituição, que previa a realização de eleições multipartidárias

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

As reivindicações chegaram a Damasco, capital do país. Assad defendia que 'terroristas' estavam infiltrados nos protestos e seguiu agindo contra as manifestações

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em outubro de 2011, grupos de oposição criam o Conselho Nacional Sírio (CNS), composto em sua maioria pela comunidade de muçulmanos sunitas e com participação efetiva da Irmandade Mulçumana -- esse conselho passou a operar fora da Síria. Antigos dissidentes do governo também formaram um frente unida, o Comitê de Coordenação Nacional (CCN), para atuar dentro do país, com medo da orientação islâmica do CNS. Já a oposição armada ao regime é composta por militares desertores que se organizaram no Exército Livre da Síria, que coordena ataques contra as forças de segurança do regime a partir da Turquia

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Com vários grupos independentes, a desunião entre a oposição começou a incomodar a comunidade internacional. A solução foi atribuir ao CNS, o papel 'de interlocutor e representante formal da população síria'. Mesmo assim, o acordo não conseguiu o apoio do ELS, que reúne tropas com mais de 15 mil homens e melhor armamento. A Liga Árabe inicialmente se manteve em silêncio sobre a crise, mas em novembro de 2011 impôs sanções econômicas à Síria após o país não permitir a entrada de observadores. Os mesmos foram autorizados um mês depois, mas não conseguiram frear a violência

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em julho de 2012, um atentado suicida atingiu o centro do regime de Assad e causou a morte de alguns dos principais nomes de sua cúpula de segurança: o general Dawoud Abdelah Rayiha; seu vice-ministro, o general Assef Shawkat (cunhado de Assad); e o assistente do vice-presidente, o general sírio Hassan Turkmani, também ex-ministro da Defesa e chefe do grupo governamental encarregado da crise

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Após mais de um ano do início dos conflitos, os atentados já tomam conta de várias regiões da Síria. A guerra civil declarada entre as forças do governo e grupos armados de oposição tem três grandes focos: as cidades de Homs, Hama e Idlib. Historicamente, o regime de Assad concentrou poder econômico, político e militar nas mãos da comunidade alauíta (10% da população). A maioria sunita (74%) se viu excluída e passou a acusar o governo de corrupção e nepotismo. Os protestos mais intensos ocorrem sistematicamente em cidades e áreas totalmente sunitas, onde praticamente não há alauítas ou cristãos

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

As tentativas da comunidade internacional de aprovar resoluções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU foram vetadas principalmente pela Rússia, liderada por Vladimir Putin (foto), que tem fortes laços econômicos e militares com o regime de Assad. A Liga Árabe e a ONU nomearam o ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan como enviado para negociar um cessar-fogo entre o governo e os rebeldes, sem sucesso

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em agosto de 2013, mais de dois anos após o início dos conflitos, um massacre com uso de armas químicas deixou mais de 1.400 mortos, incluindo centenas de crianças. Os Estados Unidos acusaram o governo de Assad pelo ato. Damasco negou a ação e atribuiu o ataque aos rebeldes. A ONU iniciou uma inspeção para investigar o caso

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

O ataque com armas químicas gerou uma tensão internacional, com forças ocidentais tentando se organizar para um possível ataque à Síria, independentemente da ONU. Assim como os EUA, França e Reino Unido também condenaram o ataque, além de Israel e Turquia. Síria tem ao seu lado Rússia, China e Irã -- os dois últimos, porém, em menor escala. A Rússia defende que o caso seja analisado no Conselho de Segurança da ONU e que são necessárias provas para acusar Assad

http://noticias.br.msn.com/mundo/civis-sofreriam-ainda-mais-com-uma-a%C3%A7%C3%A3o-militar-na-s%C3%ADria-diz-

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