Artes visuais
O gênio de Leonardo da Vinci brilha em mostra em Veneza
Exposição reúne 52 desenhos do mestre renascentista, entre eles esboços dos clássicos 'A Última Ceia' e 'Homem Vitruviano'
Imagem da exposição 'Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale' (Leonardo da Vinci, o Homem Universal), que acontece 29 de agosto a 1º de dezembro, na Gallerie dell'Accademia, em Veneza, Itália - Marco Secchi/Getty Images
O gênio do Renascimento, Leonardo da Vinci (1452-1519), brilha mais uma vez em Veneza com uma exposição que reúne 52 desenhos de um dos artistas mais talentosos da história, admirado pela capacidade de combinar arte com ciência, beleza com mecânica, natureza com proporções, corpo com alma. Os desenhos, de caráter artístico e científico, foram realizados pelo mestre italiano entre 1478 e 1516. As imagens foram cedidas por importantes museus da Itália e por prestigiosas coleções privadas, entre elas a da família real britânica de Windsor, a do Ashmolean Museum, a do British Museum e a do Louvre de Paris.
A exposição abriu as portas ao público nesta quinta-feira na Academia de Veneza, onde ficará em cartaz até dezembro, sob o título Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale (Leonardo da Vinci, o Homem Universal). Pela primeira vez em 30 anos, o público poderá admirar o célebre desenho do Homem Vitruviano, com notas anatômicas escritas pelo mestre renascentista, que preenchia cadernos com múltiplas observações, escrevia cartas, elaborava croquis e cópias de obras consultadas nas bibliotecas das cidades que visitava.
A exposição abriu as portas ao público nesta quinta-feira na Academia de Veneza, onde ficará em cartaz até dezembro, sob o título Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale (Leonardo da Vinci, o Homem Universal). Pela primeira vez em 30 anos, o público poderá admirar o célebre desenho do Homem Vitruviano, com notas anatômicas escritas pelo mestre renascentista, que preenchia cadernos com múltiplas observações, escrevia cartas, elaborava croquis e cópias de obras consultadas nas bibliotecas das cidades que visitava.
"Os desenhos foram expostos de maneira que possam ser observados dos dois lados, algo muito raro. É como folhear seu diário íntimo, entrever seu pensamento e seu modo de trabalhar", diz a curadora da exposição, Annalisa Perissa. Admirar o diário pessoal do símbolo indiscutível do homem do Renascimento, considerado um gênio universal por seu talento em várias disciplinas e sua curiosidade infinita, é uma viagem pelo mundo criativo de um dos artistas mais interessantes da história. O arquiteto, botânico, científico, escritor, escultor, filósofo, engenheiro, inventor, músico, poeta e urbanista pinta, apaga, corrige, escreve, pensa, pula de uma ideia para outra.
Os minúsculos desenhos a lápis realizados em apenas uma folha, alguns a carvão, com pontas metálicas e também sanguínea (uma espécie de giz vermelho, que mistura de caulino e hematita) incluem perfis de rostos humanos, alguns muito estranhos, variedades de flores, formas geométricas, cálculos e anotações. "Há 25 desenhos que nunca haviam sido expostos desde 1980. É uma chance única poder admirá-los todos juntos", comenta Annalisa.
A sabedoria do mestre, a serviço da arte, é descoberta com os desenhos preparatórios para A Última Ceia, que retornarão, assim como as demais obras expostas, a arquivos climatizados e não poderão ser expostos antes de cinco anos. "Serão conservados a uma temperatura e com umidade constante, no escuro, em condições de segurança máxima", afirma a curadora. Ao lado do magnífico Homem Vitruviano, emblema da perfeição e do equilíbrio entre mente e corpo, estão expostos dois estudos procedentes da Biblioteca Real de Turim e da coleção da família Windsor. "No total, apresentamos onze estudos sobre a proporção que jamais haviam sido expostos juntos", destaca Perissa.
A mostra, dividida por temas, começa com uma área dedicada à botânica, com vários estudos de flores, retratos de pessoas e nuvens curiosas, em uma espécie de convite a navegar pela imaginação do artista. Dez desenhos permitem reconstruir a preparação e a execução de "A Batalha de Anghiari", uma pintura mural imponente de 7x17 metros, realizada em Florença enquanto Michelangelo pintava "A Batalha de Cascina" na parede oposta. As duas obras se perderam e a pintura de Leonardo da Vinci é conhecida apenas graças, justamente, aos croquis preparatórios e cópias.
"Se fossem só desenhos, a exposição poderia ser menos atrativa. Na realidade, ela vai além, porque nos permite analisar e ler o processo criativo do artista e sobretudo de um gênio extraordinário como Leonardo", afirma Giovanna Damiani, diretora do Departamento de Museus de Veneza. Ao precursor de várias máquinas modernas e armas, a exposição dedica uma área que inclui estudos sobre uma hipótese de carro armado: várias criações que traçam o perfil de um artista único.
(Com agência France-Presse)
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