quarta-feira 31 2013

Woody Allen, 76, diz que vai filmar enquanto 'a saúde deixar'

Cinema

Diretor já se encontra imerso no próximo projeto, rodado em San Francisco

Woody Allen no Festival de Cannes
Woody Allen no Festival de Cannes (Valery Hache/AFP)
O cineasta americano Woody Allen, 76, declarou, durante coletiva de imprensa do filme Para Roma com Amor na Espanha, que pretende seguir trabalhando até que sua saúde agüente e enquanto ganhar dinheiro. "Gosto de fazer filmes, de escrevê-los, de ir trabalhar de manhã e estar a cada dia com Penélope Cruz, Naomi Watts e todas as mulheres bonitas com as quais já trabalhei", ironizou o diretor, que diz ser consciente de que não dispõe do mesmo nível de "concentração e paciência" que levava Stanley Kubrick à perfeição.

Após Para Roma com Amor, o diretor segue seu ritmo frenético, de quase um filme por ano, e já se encontra imerso no próximo, que será rodado em San Francisco. Como ainda não sente vontade de parar, Allen acredita que deverá voltar à Europa no futuro, ou ir à América Latina, Rússia e China, ou seja, onde sua próxima ideia nascer. 
Após o turno de Londres, Barcelona e Paris, o cineasta, que não descarta a possibilidade de rodar um filme na América Latina, voltou à Europa para modelar uma história escrita especialmente para Roma. Em sua opinião, esta é uma cidade enérgica, complicada, cheia de barulho, com trânsito "por todas as partes" e pessoas "que não levam a vida muito a sério".

Allen também admite que o financiamento é um dos principais motivos para rodar filmes que possuem cidades como protagonistas, como ocorreu com seus últimos longas. No entanto, o cineasta diz não se vender para quem financia seus filmes. "Aceitam trabalhar sob minhas condições. Nos EUA, isso não agrada e não me dão dinheiro. No final, eles não leem nem o roteiro e compram só a minha figura", declarou.
Esse acordo de financiamento acaba beneficiando ambas as partes, já que o diretor consegue filmar em lugares que lhe "encantam", e os investidores obtêm uma grande publicidade em troca. Pelas duas razões, a crítica bate nos filmes dizendo que eles não são mais que guias turísticos das cidades retratadas. E guias repletos de estereótipos.
O nova-iorquino, que entrou para a história do cinema com filmes como Manhattan e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, reconhece que os novos longas não tenham em seus genes o necessário para realizar uma obra-prima. "Eu tentei e seguirei tentado. Acho que fiz bons filmes na minha carreira, alguns normais e outros ruins. Em relação à obra-prima, sempre tento e nunca consigo e, após todo este tempo, começo a pensar que talvez nunca consiga alcançá-lo." Mas esse destino parece decepcionar mais à crítica que ao próprio Allen, que, por sua vez, diz estar satisfeito com o ritmo que leva. Allen também disse que o principal objetivo de seus filmes é "entreter as pessoas", o que, para ele, deveria ser prioridade para qualquer diretor. 
Allen, que volta às telas neste último longa-metragem pela primeira vez em seis anos, admite que, quando tem confiança nos atores, não necessita nem mesmo entender o que estão dizendo. "Atores como Javier Bardem e Penélope Cruz já eram incríveis antes dos meus filmes e continuarão sendo depois. Em Vicky, Cristina, Barcelona, eu disse a eles para que improvisassem. Nunca soube o que diziam e nem agora, mas eles são e foram convincentes e isso é o suficiente." A espanhola Penélope Cruz, que em seu segundo filme com Allen encarna uma prostituta, é para o cineasta "um presente" e "uma estrela de cinema, muito bonita, muito sexy" e, o mais importante de tudo, "uma atriz extraordinária".
(Com agência EFE)

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