Rio de Janeiro
Eduardo Paes respondeu com ironia a pergunta de jornalistas franceses sobre feriado de dois dias na capital fluminense durante visita do papa
Eduardo Paes afirmou que, como o Rio de Janeiro não tem tantos feriados como a França, o governo pode conceder um feriado a mais. "Ficou chateado com a resposta? Desculpa, mas não resisti", afirmou ao repórter (Christophe Simon/AFP)
Em entrevista na manhã deste domingo sobre a visita do papa ao Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes respondeu com ironia à pergunta de uma equipe de televisão francesa sobre a decretação de dois dias de feriado municipal — o que não aconteceu quando a Jornada Mundial da Juventude foi sediada em Paris. Paes disse que "a França não é exatamente um país de gente trabalhadora".
"A França já tem tanto feriado que, se colocassem mais um feriado para o papa, ninguém trabalhava mais. Nem executivo pode fazer hora extra lá. Tendo em vista que não temos tantos feriados como os franceses, será permitido um feriado a mais", respondeu o prefeito.
Logo em seguida, a equipe de televisão francesa deixou o auditório. "Ficou chateado com a resposta? Desculpa, mas não resisti", disse o prefeito ao repórter. E provocou de novo: "Deve ser feriado lá". O jornalista disse que estava saindo porque precisava mandar a reportagem para a França.
Visitante imprevisível — Paes disse que a chance de o papa sair de carro aberto e falando com as pessoas é muito grande e que isso não é um problema para a cidade. O prefeito pediu compreensão dos cariocas com os transtornos. Segundo Paes, a prefeitura não foi informada dos próximos trajetos do pontífice em jipe aberto.
O passeio pelo centro da cidade, que acontece nesta segunda-feira a partir das 17 horas, só teve seu roteiro definido — vai passar entre a Catedral Metropolitana e o Teatro Municipal — na tarde de sexta-feira. "O papa vai fazer o que quiser, mas é claro que não é um cidadão comum", disse o prefeito.
"O papa já anunciou sua primeira mudança (o passeio pelo centro), era algo que não prevíamos. Serão dias de muita paz e alegria, mas de algumas contingências até por conta do estilo informal do papa Francisco. A gente não tem clareza dos trajetos em carro aberto, em carro fechado e de helicóptero", disse o prefeito. "Se o papa quiser, posso andar de bicicleta com ele, no roteiro que eu sempre faço", brincou Paes.
O prefeito voltou a dizer que fazer manifestação é um direito da população. "Acho que vão ter um tom diferente, não vai ter quebra-quebra", afirmou. Paes será anfitrião de uma recepção ao papa no Palácio da Cidade, com a presença de esportistas como Pelé, Neymar e Oscar Schmidt e cerca de 600 convidados. Segundo o prefeito, a cerimônia terá apenas 15 minutos, sem discurso do pontífice. A prefeitura informou que a recepção custará 212.000 reais, sendo o maior custo a proteção do jardim em frente ao palácio.
(Com Estadão Conteúdo)
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