terça-feira 26 2013

PSC mantém pastor na Comissão de Direitos Humanos


Congresso

Executiva Nacional e bancada do PSC reafirmaram que o deputado-pastor seguirá no comando da comissão; presidente da Câmara quer a renúncia

"Nós" elegemos e ao mesmo tempo, nos fazemos prisioneiros de nossas escolhas!
Marcela Mattos, de Brasília
Marco Feliciano durante reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
Marco Feliciano durante reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados ( Alan Marques/Folhapress)
Pressionado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o PSC reafirmou nesta terça-feira que manterá o deputado-pastor Marco Feliciano (SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos da Casa. Em anúncio feito pelo vice-presidente da legenda, Everaldo Pereira, a bancada e a Executiva Nacional do PSC defenderam a permanência de Feliciano no cargo.
Na semana passada, dirigentes do PSC combinaram com o presidente da Casa que buscariam uma solução para o impasse. O prazo estipulado por Alves, que classificou a manutenção de Feliciano no posto como “insustentável”, terminava nesta terça-feira. No entanto, Feliciano se mantém irredutível.

Após a reunião desta terça, que durou pouco mais de uma hora, a bancada justificou a permanência de Feliciano com base em um histórico da aliança com o PT, que agora pressiona pela saída do pastor do cargo. Os dirigentes do PSC argumentaram que já apoiaram o PT em diversas eleições, incluindo a presidente Dilma Rousseff, em 2010.
Com base no memorial, o vice-presidente argumentou que a legenda “não segrega, não exclui e não discrimina ninguém”. Everaldo Pereira também saiu em defesa de Feliciano, criticado por grupos ligados ao movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) e por parlamentares do PT e do PSOL. “Qualquer um pode deslizar nas palavras, pode errar. Informamos que o PSC não abre mão da indicação.”
Feliciano acompanhou a reunião e não quis dar entrevistas. Questionado se permanecerá no comando da comissão, limitou-se a dizer: “É só olhar o meu rosto”.
Informado da decisão do PSC de manter Feliciano no cargo, Henrique Alves ficou surpreso. “Não era essa a indicação da semana passada.” Declaradamente favorável à renúncia de Feliciano, o presidente da Câmara esperava outro posicionamento da executiva do partido. “A indicação era buscar uma solução que harmonizasse a Casa e a sua Comissão de Direitos Humanos.”

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