terça-feira 26 2013

BATTISTI EM GREVE DE FOME? INFELIZES FORAM SUAS VÍTIMAS, QUE MORRERAM SEM QUERER



A PIRA HUMANISTA - O jovem Virgílio, minutos antes de morrer carbonizado, vítima de um atentado terrorista praticado por Achille Lollo, que hoje vive livre, leve e solto no Rio
A PIRA HUMANISTA - O jovem Virgílio, minutos antes de morrer carbonizado, vítima de um atentado terrorista praticado por Achille Lollo, que hoje vive livre, leve e solto no Rio
O senador José Nery, do PSOL, afirma que o homicida Cesare Battisti entrou em “greve total de fome”. O que é greve “total”? Na forma tradicional do protesto, a pessoa ingere líquidos, o que prolonga a sua vida. Sem líquidos, a morte chega antes. Seria isso? Bem, dizer o quê? No ensaio O Mito de Sísifo, Albert Camus diz que a o suicídio é a única questão filosoficamente relevante. Decidir se permanecemos ou não vivos acaba condicionando uma porção de outras escolhas. Não concordo exatamente com a tese, embora seja uma sacada interessante.
Como cristão, abomino o suicídio, mas, democrata que sou, acredito que seria uma violência proibi-lo. Se Battisti quer… Chato mesmo foi o destino daqueles que ele matou. Aquelas pessoas não queriam morrer. Se o terrorista apagar em razão da greve de fome, terá sido a primeira morte voluntária com a qual ele se envolveu. Todas as outras se deram a despeito da vontade das vítimas.
Battisti estaria, assim, fazendo um apelo ao presidente Lula. É mesmo? Só uma coisa: se os familiares de suas vítimas também fizerem greve de fome, o presidente brasileiro teria, então, de decidir entre a pressão de uns e de outros. Nesse caso, qual seria a saída mais moral: atender à reivindicação daqueles que tiveram sua vida destroçada por Battisti ou daquele que destroçou vidas? É claro que tenho minhas dúvidas sobre a escolha de Lula… Esse tipo de vigarice moral, ética e intelectual diz bem quem Battisti continua a ser.
Ver o PSOL metido nessa história não chega a me estranhar. Um dos homens que ajudaram a criar o partido é o italiano Achille Lollo. Trata-se de um terrorista italiano que, em 1973, despejou gasolina sob a porta de um apartamento, na Itália, onde estavam um gari, sua mulher e seis filhos. Ateou fogo. Morreram uma criança de 8 anos, Stefano, e seu irmão mais velho, de 22, Virgilio. O gari era de um partido neofascista. Como Lollo não gostava do fascismo, então ele resolveu incendiar crianças, entenderam? Um verdadeiro humanista!!!
Num debate, certa feita, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), tive a chance de lembrar a um deputado do PSOL, Ivan Valente (SP), as relações de seu partido com aquele outro “valente”. Leiam depois. O post está aqui.
Lollo mora hoje no Rio. Ajudou a criar o PSOL — os psolistas, psolianos ou psolentos (não sei como chamá-los)  dizem que ele apenas ajudou a fazer o site do partido. Sei. Vai ver ele se encontrou com membros do partido, casualmente, na praia…
Lembro aqui o caso Lollo porque gosto de evidenciar como se comportam esses sofridos humanistas da esquerda. Battisti vai fazer greve de fome até o fim? À sua maneira, se acontecer, terá encontrado um destino mais justo do que o de Lollo, que, todos os dias, tem a chance de olhar para o alto e ver o sol iluminando o Cristo Redentor. E duvido que sua consciência lhe cobre alguma coisa. Afinal, como diriam alguns, eles cometeu “crime político”, não é mesmo?
Lollo? Battisti? Que esses caras vão para o diabo que os carregue. Na foto acima, vemos Virgilio momentos antes de se abraçar a seu irmão de oito anos para morrerem, ambos, carbonizados. E tudo porque Lollo queria mudar o mundo… Essa gente me provoca asco. E os que os apóiam não são menos asquerosos.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/achille-lollo/

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