terça-feira 12 2013

Autobiografia de Nikola Tesla decifra o visionário



Chico Castro Jr.
  • www.teslauniverse.com | Divulgação
    Nikola Tesla defronte de uma de suas famosas turbinas
Além de Leonardo da Vinci e Albert Einstein, poucos homens da ciência geraram tanto interesse, referências na cultura pop e interrogações quanto Nikola Tesla (1856-1943). Um bom começo para tentar decifrá-lo é através de suas próprias palavras, no livro Minhas Invenções: A Autobiografia de Nikola Tesla, recém-publicada no Brasil.
O engenheiro elétrico, mecânico e físico, nascido em Smiljan, uma vila remota do que hoje é a Croácia, é no mínimo, um dos homens que projetaram o mundo em que vivemos hoje, com energia elétrica, radares, raios- x, comunicação wireless e aparelhos de controle remoto (incluindo os horríveis  drones).
E mais: ele pode ser o homem que projetou o mundo em que viveremos amanhã. Suas ideias e projetos eram tão avançados no tempo, que até hoje cientistas de toda parte coçam as cabeças tentando entendê-los.
Idealismo versus capitalismo - Em seu livro, curiosamente curto e objetivo, Tesla confirma sua vocação de visionário de forma bastante literal: "Na minha infância, sofria de uma estranha perturbação devido ao aparecimento de imagens, geralmente acompanhadas de fortes clarões de luz", descreve.
Intrigado, resolveu se concentrar naquilo que as visões lhe mostravam. Acabou por domina-las, de forma que passou a criar, projetar e até mesmo a operar suas invenções mentalmente. "É absolutamente irrelevante para mim se testo a minha turbina em pensamento ou na oficina", escreveu.
Depois de emigrar para os Estados Unidos e trabalhar na então nascente indústria da energia elétrica, para a qual desenvolveu inúmeras patentes, tomou um calote de Thomas Edison, que riu na sua cara e lhe disse que ele "não entendia o senso de humor americano".
Tesla acreditava que o sistema de corrente alternada (AC) para transmissão de energia era muito mais eficiente e lucrativo do que o da corrente direta (DC), usado ainda hoje.
Mais tarde, desenvolveu sua teoria mais ambiciosa: extrair energia do campo eletromagnético da Terra. Uma única torre transmissora, que começou a ser construída em Long Island (NY), mas que nunca concluída, seria o bastante para fornecer energia infinita e gratuita para todo o planeta.
"O problema é o seguinte: Tesla era um idealista", define o sérvio Boris Petrovic, fundador do Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla, criado em dezembro último, em Brasília.
"Ele nunca entendeu como o capitalismo funciona. Puxar do campo eletromagnético energia gratuita para todos vai contra muitos interesses", vê.
Depois de gastar todo o dinheiro das  patentes de suas invenções nos próprios experimentos, Tesla, que nunca se casou, morreu  aos 86 anos, de trombose coronária, falido e solitário em um quartinho de hotel em Nova York. Seu legado (e sua figura), porém, sobrevivem na consciência coletiva das comunidades científicas e culturais.

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