quarta-feira 27 2013

Lindbergh assume comissão econômica e reafirma candidatura


Atualizado: 27/02/2013 02:09 | Por DÉBORA BERGAMASCO / BRASÍLIA, estadao.com.br
No momento em que o PMDB exige apoio do PT no Rio, senador petista foi eleito para um dos cargos mais influentes da Casa

Depois de ser escalado pelo PT para protagonizar os programas partidários nas TVs e rádios fluminenses, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ganhou mais um endosso de seu partido. Ele foi o escolhido pelos petistas - e chancelado ontem por votação - para presidir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), uma das mais importantes do Senado.
O cargo servirá como poderosa vitrine para impulsionar sua candidatura ao governo do Rio, acirrando os ânimos do aliado PMDB, que no Estado exige o apoio dos petistas ao vice-governador Luiz Fernando Pezão.
"Não vejo uma relação direta (entre a candidatura e a presidência da CAE) mas é claro que se eu fizer um bom trabalho isso sempre vai ajudar", avaliou Lindbergh.
O petista disse que quer à frente da comissão priorizar as questões federativas, como a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a renegociação das dívidas dos Estados e municípios e a adoção de novos critérios para a repartição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Lindbergh assume o comando da comissão que lhe atrairá holofotes justamente no momento em que o PMDB do Rio exige que o PT não lance nome próprio para concorrer ao Palácio da Guanabara. Em nota divulgada anteontem e assinada pelo presidente do diretório estadual, Jorge Picciani, os peemedebistas ameaçam não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff caso o senador não desista de se candidatar.
O petista reagiu dizendo se tratar de uma "demonstração de fraqueza" e um "ato de desespero" dos aliados. Lindbergh afirma que não há hipótese de não se candidatar no ano que vem.
'Jovem'. O ataque do PMDB ratifica o objetivo do partido de se fortalecer, retomar o espaço perdido e priorizar as candidaturas próprias em ao menos 20 Estados do Brasil. O presidente nacional da legenda, o senador Valdir Raupp (RO), disse ontem que Lindbergh "é jovem e pode esperar (para concorrer ao governo do Estado)".
"Já abri mão na eleição passada para que o Sergio Cabral pudesse concorrer, chegou a minha vez", reagiu o petista. "Não sou mais garoto, tenho 43 anos." Lindbergh acredita que é "impossível" que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva peçam para que recue da disputa em 2014.
Lula e Cabral. Depois de apoiar a nota do PMDB do Rio que exigiu apoio do PT a seu vice, Pezão, o governador Sérgio Cabral terá hoje um encontro com o ex-presidente Lula. Os peemedebistas ameaçam retirar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff caso Lindbergh não desista da disputa. Lula, que até o momento tem apoiado as pretensões do senador petista, participará de solenidade no Rio ao lado de Cabral. Também deve jantar com o governador e com o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
"Tomara que (o encontro de Lula e Cabral) faça o PT respeitar a isonomia. Entendemos que a reeleição da presidente Dilma é o melhor para o Brasil, assim como a continuidade da política do governador Cabral é o melhor para o Rio, com a eleição do Pezão e a manutenção da aliança com o PT. Sem isso, não tem acordo e vamos esperar a convenção nacional do PMDB", disse ontem o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani.
"O Rio é a principal seção do PMDB, temos o governador e o prefeito da capital", afirmou o dirigente peemedebista. / COLABOROU LUCIANA NUNES LEAL

Nenhum comentário: