domingo 05 2012

Jefferson deixa hospital e diz que salvou o Brasil de Dirceu(VEJA)


Mensalão

Presidente nacional do PTB recebeu alta médica e deixou o hospital após ser submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no pâncreas

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, tem alta do hospital Samaritano no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro na manhã deste domingo (05/08/2012)
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, tem alta do hospital Samaritano, no Rio (Fabio Teixeira/Futurapress)
Delator do esquema do mensalão, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, recebeu alta médica e deixou neste domingo o hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Ele passou uma semana internado após retirar um tumor maligno no pâncreas.
"Recebi o diagnóstico de câncer com serenidade. Eu sou um guerreiro, já peitei o PT sozinho, o que eu não vou fazer com um cancerzinho de pâncreas? Dou de pau nele", disse o ex-deputado ao sair do hospital. Ele também disparou contra o ex-ministro José Dirceu, apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe da quadrilha do mensalão. "A minha luta era com o José Dirceu. Ele me derrubou, mas eu salvei o Brasil dele. Ele não foi, não é e não será o presidente do Brasil. Caímos os dois, estou satisfeito."
Jefferson também comentou o julgamento do mensalão, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) desde a última quinta-feira. Ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O petebista admitiu ter recebido 4,5 milhões de reais do esquema, segundo ele destinado a pagar dívidas de campanha.
“É o maior momento de afirmação da democracia no Brasil", disse. "O procurador (Roberto Gurgel) foi muito eficaz. Fez uma bela peça de acusação. Apesar de a prova ser frágil em muitos momentos, ele tem razão em muitas coisas que eu ouvi durante seu relatório de cinco horas. Falou a acusação, e agora, nesta festa democrática que estamos vivendo, falará a defesa a partir de segunda-feira."
O petebista minimizou o embate entre os ministros da Corte Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski no primeiro dia do julgamento. Lewandoswki se alinhou à tese da defesa dos réus pelo desmembramento do processo, o que restringiria o julgamento do Supremo aos três réus que possuem foro privilegiado. Os demais responderiam em instâncias inferiores da Justiça. “Eles são seres humanos como nós e, às vezes, os defeitos se avultam."
Segundo o hospital, o oncologista Daniel Tabak será responsável pelo tratamento de Roberto Jefferson. Em quatro ou cinco semanas, ele deverá ser submetido a sessões de quimioterapia. A previsão é de que o tratamento dure seis meses.

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