sexta-feira 22 2012

A esquerda chulé brasileira, com destaque para Emir Sader e UNE, vai puxar o saco do ditador terrorista



Por Rafael Lemos, na VEJA Online. Comento no próximo post:  O que você faria se fosse convocado para um encontro com um ditador que odeia judeus, mulheres adúlteras, jornalistas, homossexuais e sabe-se lá mais o quê? Um grupo de destemidos brasileiros aceitou o convite para um café da manhã com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que está no Brasil para a Rio+20. E a surpresa: os 70 comensais saíram satisfeitos, achando simpático o sujeito “de fala mansa” que enfrenta bravamente o imperialismo americano. O encontro aconteceu no Hotel Royal Tulip, em frente à Praia de São Conrado, na quinta-feira - apenas um dia após o anfitrião ter trocado abraços com o amigo Lula, ao fim de seu discurso na plenária da ONU.
Os laços entre Ahmadinejad e o Brasil estreitaram-se durante o governo Lula. E essa influência ficou bem clara diante da lista de convidados do iraniano, formada majoritariamente por intelectuais de esquerda, professores universitários, lideranças estudantis e políticos de partidos como PSB, PCdoB e PT - todos, é verdade, já com alguma simpatia prévia pelo anfitrião. A plateia tinha nomes como: João Vicente Goulart, filho mais velho do ex-presidente João Goulart; o sociólogo Emir Sader; Tilden Santiago, ex-embaixador do Brasil em Cuba; Roberto Amaral, vice-presidente nacional do PSB; Ricardo Zarattini, ex-deputado federal pelo PT; e Haroldo Lima, ex-diretor geral da ANP.
Para o grupo, Ahmadinejad pregou um mundo sem pobreza e exclusão. Segundo o ditador iraniano, esse objetivo só será atingido com a participação de todos os governos e nações. Na mesma linha de seu discurso na plenária da Rio+20, ele atacou a ONU, a qual classifica como injusta por privilegiar alguns países. Como exemplo, Ahmadinejad citou o Tratado de Não Proliferação Nuclear, que permite que os Estados Unidos, por exemplo, mantenham suas armas nucleares.
“A justiça é a base para a paz verdadeira, mas não pode ser proclamada por grupos que não são justos nas suas relações com os países”, afirmou Ahmadinejad, auxiliado por dois intérpretes, que traduziam suas palavras para o inglês e o português.
Em meio à explanação, Ahmadinejad disse que busca uma aproximação estratégica com os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) - certamente, um dos motivos por trás do convite ao café da manhã. Ele quer limpar sua imagem no Brasil. O argumento usado para cativar os brasileiros foi o de que a mídia difunde uma visão distorcida do Irã e do mundo islâmico. Para completar, os ataques deliberados aos Estados Unidos agradaram - e muito - a plateia.
“É como se enquanto estamos aqui, tomando esse café da manhã, os Estados Unidos estivessem roubando os nossos bolsos”, disse o iraniano, para delírio dos antiamericanos.
No entanto, Ahmadinejad estava mais interessado em ouvir do que falar. Afinal, ele quer entender como pensam os brasileiros - e sabe-se lá o que fará com isso. Ao todo, 21 dos convidados tiveram a chance de dirigir perguntas ao ditador - a maioria convertida em discursos espontâneos. Apenas uma delas foi ignorada solenemente: “Como estão as relações entre o Irã e Israel?”. A resposta está na reação da delegação israelense, que se retirou do auditório durante o discurso do presidente iraniano na Rio+20. De resto, houve uma série de pedidos de professores para a criação de bolsas e acordos acadêmicos com universidades brasileiras. Antes de encerrar o encontro com uma oração, Ahmadinejad ainda foi presentado com uma bandeira da UNE, entregue por um representante.
Dilma evita ditador
O saldo foi positivo para Ahmadinejad. Mas o iraniano ainda não conseguiu, como pretendia, falar à brasileira mais importante no momento. O ditador tenta a todo custo uma reunião com Dilma Rousseff, que espertamente escalou o vice Michel Temer para a tarefa. Ahmadinejad desmarcou a reunião, na esperança de ser recebido por Dilma. Até agora, a presidente resiste.
Por Reinaldo Azevedo
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