D3TM Consultoria, que teve apenas dois funcionários, recebia recursos de construtoras e depois os repassava ao ex-diretor da Petrobras
Os desdobramentos da operação Lava Jato que motivaram a prisão do ex-ministro José Dirceu também comprometem ainda mais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Informações obtidas por meio de quebra de sigilo bancário e fiscal mostram que uma empresa controlada por ele recebeu 8 milhões de reais em operações suspeitas, já que a companhia, que teve apenas dois funcionários no período, aparenta ser de fachada.
Ao lado de familiares, Duque é sócio da D3TM Consultoria, que, segundo os investigadores, era usada para recebimento de propina. Os repasses mais volumosos para a empresa partiram justamente de empreiteiras investigadas na operação Lava Jato.
A UTC transferiu quase 3,7 milhões de reais à companhia de Duque. Da OAS, chegou 1,5 milhão de reais. A Jamp, controlada pelo lobista Milton Pascowitch, transferiu 894.000 reais. A Engevix, também investigada na operação Lava Jato, repassou 42.000 reais. A origem de outros 1,8 milhão é desconhecida.
A maior parte dos recursos pagos à empresa de Duque foi posteriormente transferida a uma conta dele próprio - pelo menos 4,6 milhões de reais.
Além de aumentar a lista de provas de que Renato Duque recebeu propina das grandes empreiteiras, as descobertas evidenciam mais um elo entre Duque e o grupo de José Dirceu. O ex-ministro sempre negou ter sido o padrinho da indicação do então diretor de Serviços da Petrobras. Mas o mesmo Pascowitch que repassou dinheiro à empresa de Renato Duque admitiu à Polícia Federal ter transferido para Dirceu recursos desviados da Petrobras.
Duque, que está preso desde o dia 16 de março, iniciou recentemente as tratativas para firmar um acordo de delação premiada.
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