Em delação premiada, ex-diretor da Petrobras afirmou serem suas contas que na verdade pertencem a outros corruptos
A cortesia com o chapéu alheio pode ser facilmente identificada por quem se dispuser a compulsar o termo de acordo de delação assinado em 27 de agosto de 2014. Na ocasião, o ex-diretor comprometeu-se a apresentar provas ao Ministério Público Federal de subornos pagos fora do Brasil por empreiteiras prestadoras de serviços da Petrobras.
Foi no exterior, por exemplo, que a Odebrecht teria pago a ele 31,5 milhões de dólares, de acordo com uma das dezenas de confissões prestadas na PF. Na cláusula 6ª da delação, Costa afirmou que renunciava aos valores de contas mantidas na Suíça controladas direta ou indiretamente por ele próprio, mediante empresas offshore.
É justamente nesse ponto que está o problema. O ex-diretor listou doze empresas que seriam suas - algumas inclusive no nome de familiares. Só que quatro delas não são: a Aquila Holding, a Santa Tereza Services, a Santa Clara Private Equity e a Elba Services. O dono das offshores é João Procópio de Almeida Prado, um dos subordinados do doleiro Alberto Youssef e responsável por operar contas no exterior para o patrão. Procópio esteve preso até 20 de fevereiro na carceragem da PF em Curitiba. Hoje, está solto.
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