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quinta-feira 29 2015
quarta-feira 28 2015
Metade dos brasileiros não usa camisinha no sexo casual
Comportamento
De acordo com Ministério da Saúde, o percentual de pessoas que tiveram mais de dez parceiros na vida subiu de 19% em 2004 para 44% em 2013
Aids: desde os anos 1980, foram notificados 757 000 casos no Brasil (iStockphoto/VEJA)
Quase metade (45%) da população brasileira sexualmente ativa não usou preservativo em relações sexuais casuais no último ano. Os dados são da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), apresentada nesta quarta-feira, em Brasília, durante o lançamento da campanha de prevenção contra as DSTs e as aids no Carnaval.
O levantamento foi realizado em 2013, com 12.000 pessoas de 15 a 64 anos, por amostra representativa da população. Esse número se mantém praticamente estável na comparação com pesquisas anteriores: 52% em 2004, 47% em 2008 e 55% em 2013. Houve ainda um crescimento significativo de pessoas que tiveram mais de dez parceiros sexuais na vida. O percentual era de 19% em 2004, subiu para 26% em 2008 e chegou a 44% no ano de 2013.
Campanha — Diante disso, o Ministério da Saúde criou para o Carnaval uma campanha focada no uso de preservativo, além de teste e tratamento para HIV, com o slogan #partiuteste, voltado para o público jovem.
Prevenção — Desde os anos 1980, foram notificados 757.000 casos de aids no Brasil. A epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100.000 habitantes. Isso representa cerca de 39.000 casos novos ao ano. O coeficiente de mortalidade caiu 13% nos últimos dez anos, passando de 6,4 casos por 100.000 habitantes (em 2003) para 5,7 casos (em 2013).
Ano passado, foram distribuídos 6,4 milhões de testes rápidos para HIV, número 26% superior aos 4,7 milhões distribuídos em 2013. Das cerca de 734.000 pessoas que vivem com HIV e aids no Brasil atualmente, 80% foram diagnosticadas.
(Da redação de VEJA.com)
“Pátria Educadora” é só mais um escárnio gerado pelo cruzamento da cabeça baldia de Lula com o neurônio solitário de Dilma
Veja.Com
O ex-presidente Lula menospreza o estudo, odeia leitura e não sabe escrever. Acha que acumulação de conhecimentos é coisa de granfino desocupado e nunca foi além da orelha de um livro. Quatro manuscritos rabiscados em 60 anos informam que, submetido a uma prova de redação do Enem, entraria para a história universal da ignorância como detentor da primeira nota abaixo de zero. Em nações civilizadas, estaria matriculado num curso de alfabetização de adultos. Como isto aqui é o Brasil, o Exterminador do Plural virou Pai da Pátria Educadora.
Enquanto coleciona títulos de doutor honoris causa, o torturador de vogais e consoantes já assinou dois prefácios, dezenas de artigos para jornais e o Acordo da Reforma Ortográfica. Mas vive escorregando em escolhas que desnudam o farsante. Os olhos orientados por uma cabeça baldia, por exemplo, viram em Dilma Rousseff uma sucessora à altura do maior dos governantes desde Tomé de Souza. Por enxergar uma superexecutiva em quem nunca passou de nulidade sem cura, instalou no gabinete presidencial um poste de terninho.
A sumidade em questões energéticas confunde fusível com fuzil. Não lembra o título nem o nome do autor do livro que jura estar lendo (e adorando). Exprime-se num dialeto indecifrável para quem só compreende português. Como o repertório vocabular não chega a mil palavras, platitudes de jardim de infância e frases sem pé nem cabeça reprisam a cada duas linhas expressões já grisalhas. “No que se refere” é a que puxa a fila. Para Dilma, qualquer irrelevância é “muito importante”. E toda opinião divergente consegue deixá-la “estarrecida”.
Esses defeitos de fabricação são amplamente compensados pelo título honorífico de matar Cristina Kirchner de inveja : Mãe da Pátria Educadora. Essa condecoração intangível lhe permite caprichar na pose de melhor da classe para falar sobre rigorosamente tudo sem nada dizer de aproveitável. Seu problema é o mesmo que acossa o padrinho: também a afilhada trai nas escolhas o formidável despreparo. Os olhos obedientes ao neurônio solitário, por exemplo, enxergaram em Cid Gomes o gênio da raça nascido para dar um jeito no sistema de ensino público em avançado estágio de decomposição.
O novo ministro da Educação tem tanta intimidade com o assunto quanto Lula com o grego antigo e Dilma com a física quântica. Até agora, sua mais profunda dissertação sobre ensino público é a que aparece no vídeo abaixo, gravado em 2011. Em menos de 40 segundos, o então governador do Ceará amparou-se numa tese tão inventiva quanto imbecil para justificar a rejeição do reajuste salarial reivindicado por professores da rede estadua. Confira:
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. É uma opinião minha que governador, prefeito, presidente,deputado, senador, vereador, médico, professor, policial devem entrar… ter como motivação para estar na vida pública amor, espírito público. Quem tá atrás de riqueza… de… de…de dinheiro deve procurar outro setor, não a vida pública”.
Nascido numa família de políticos, desde a primeira fralda Cid é sustentado por quem paga imposto. Jamais devolveu um tostão da fortuna que juntou servindo à nação como deputado, prefeito e governador. No comando da capitania do Ceará, transformou os cearenses em financiadores do passeio de jatinho na Europa em companhia de parentes ─ sogra incluída ─, assessores e amigos. Logo estará sobrevoando os céus do Brasil como passageiro da FABTur. Mas faz de conta que aceitou a vaga no primeiro escalão por amor e espírito público. Haja cinismo.
A Pátria Educadora abriga mais de 13 milhões de analfabetos ─ um oceano de gente que impõe ao Brasil um desolador 8° lugar no ranking da ONU que mede a taxa de analfabetismo em 150 países. Outros 30 milhões não sabem escrever muito mais que o próprio nome. Metade dos alunos das universidades federais é desprovida de raciocínio lógico. Os alunos do 1° grau aprendem que falar errado está certo. Na prova de Redação do Enem, 500 mil estudantes foram estigmatizados com a nota zero. Fora o resto.
Promovido a gerente de um sistema educacional em frangalhos, o ministro engoliu sem engasgos o corte de verbas decretado pela chefe quando ainda tentava decorar o ramal da secretária. Logo terá provado que, no criadouro de poderosos idiotas, o que está péssimo sempre pode piorar. Tudo somado, fica evidente que “Pátria Educadora”, a mais recente tapeação da grife João Santana, não é slogan, nem lema, muito menos bandeira desfraldada pelo novo governo.
É só mais um escárnio gerado pelo cruzamento de uma cabeça baldia com um neurônio solitário.
Mercado agora debate: ‘o FIES é pior para quem’?
Veja.Com
Quanto mais os investidores compreendem que as novas regras do FIES podem estrangular o capital de giro das empresas de ensino superior, mais eles se livram das ações, que até recentemente eram um oásis de bons resultados na Bolsa.
Desde 30 de dezembro, as quedas já chegam a 40,8% na ação da SER Educacional, 38,6% na Anima, 32,7% na Estácio e 26,3% na Kroton.
Por enquanto, as evidências sugerem que os investidores estrangeiros é que foram os maiores responsáveis pelas vendas, enquanto muitos gestores locais ainda estão na torcida para que as mudanças no FIES sejam parcialmente revertidas ou para que, uma vez que as novas condições sejam esclarecidas, o cenário para o setor não se mostre tão sombrio.
“Estamos em pleno período de matrículas,” diz um investidor. “Vai ter empresa que não vai querer botar aluno pra dentro com medo de ter que botar ele no FIES.”
Alem de criar uma nota de corte para elegibilidade ao FIES, as novas regras estabelecem que, a cada ano, o Governo pagará às empresas apenas oito mensalidades, em vez das 12 atuais, deixando toda a diferença para ser paga depois da formatura do aluno. Em um curso de quatro anos, por exemplo, isso significa que a faculdade receberá 16 mensalidades apenas após a formatura do aluno, e em um prazo de dois anos — totalizando seis anos para pagamento completo daquele curso de quatro anos.
Os investidores agora debatem quais empresas serão mais afetadas.
Para uns, o Grupo SER Educacional, a última das empresas de ensino superior a ser listada na Bovespa, sofre com as novas regras porque a média de notas do ENEM no Nordeste, o principal mercado da empresa, é mais baixa que no resto do País. No Nordeste, mais de 50% dos alunos de escolas públicas (que, por sua vez, representam mais de 80% dos alunos das instituições de ensino superior listadas na Bolsa) têm notas abaixo de 450, a nova ‘nota de corte’ do FIES.
A Anima estaria mais exposta porque, depois da aquisição da Universidade Veiga de Almeida e da Unijorge, a companhia zerou o caixa que tinha desde o IPO e aumentou seu endividamento para em torno de 2,5 vezes sua geração de caixa. Se a geração de caixa cair daqui para frente, a alavancagem pode aumentar. Além disto, para esta aquisição, a Anima fez um empréstimo-ponte que terá que ser refinanciado no mercado de capitais, agora provavelmente a um custo mais alto.
A Kroton, a empresa que usava o FIES mais agressivamente como chamativo para recrutar novos alunos, estaria um pouco mais insulada porque cerca de 30% de sua geração de caixa vem da educação à distância e de cursos pré-vestibular, como o Pitágoras em Minas Gerais. Estes dois negócios não são impactados pelo FIES.
Numa carta interna a seus colaboradores, o CEO da Estácio, Rogério Melzi, disse que a empresa sempre se recusou a ‘abusar’ do FIES. “Durante três anos, Virgilio [Gibbon, CFO da empresa] e eu fomos duramente questionados pelo mercado sobre os motivos que nos levaram a ser ‘mais lentos’ na adoção do FIES,” escreveu Melzi na carta, obtida pelo blog. “Curiosamente, esse mesmo mercado que agora nos ‘pune’ por conta das mudanças no FIES.”
Vários gestores ouvidos por VEJA Mercados disseram que o impacto das mudanças nas empresas deve ser pior do que o mercado já colocou no preço.
“Os ‘comprados’ estão em denial (negando a realidade),” diz um investidor que não tem ações no setor. “Quando o Governo aumentou a TJLP em meio ponto percentual, ninguém achou que ele tinha terminado ali.. Todo mundo entendeu que ele estava só apontando a direção. Agora, no caso do FIES, as pessoas querem achar que ele não está apontando a direção, mas que ele vai voltar atrás… Não faz sentido.”
Uma reunião das empresas com o Ministério da Educação que estava marcada para hoje em Brasilia foi adiada para quinta, supostamente porque o novo ministro, Cid Gomes, tornou-se pai (pela terceira vez) ontem à noite. Mas no clima atual, até um simples adiamento dá margem a mais dúvidas. “Será que não tinha consenso e o secretário executivo está buscando até a próxima reunião?” perguntou um investidor.
http://veja.abril.com.br/blog/mercados/educacao/mercado-agora-debate-o-fies-e-pior-para-quem/
Na ‘Pátria educadora’, uma quebra de contrato
Nas conversas com o Governo a respeito da mudança nas regras do FIES, o principal argumento das empresas de ensino superior é a quebra de contrato.
Ontem, as ações do setor subiram pela primeira vez depois de quedas expressivas causadas pelas mudanças, que deixaram as empresas perplexas.
Para entender como a mudança de regras afetou as empresas, é preciso entender como o Governo paga pelos alunos beneficiados pelo FIES.
O MEC paga as mensalidades através de títulos (chamados CFT-Es) que as empresas usam, primeiro, para honrar os impostos federais. O que sobra é recomprado pelo Governo, que assim repõe o caixa nas companhias.
A Lei do FIES, de 2011, manda que o Governo faça pelo menos quatro recompras de títulos por ano, com cada recompra abrangendo três meses de mensalidade. Desta forma, as empresas nunca ficariam mais de três meses sem receber o dinheiro das mensalidades. Apesar da lei impor no mínimo quatro recompras por ano, o Governo, até dezembro, estava fazendo as recompras mensalmente, o que ajudava (em muito) o capital de giro das empresas.
Agora, o governo fechou a torneira. A portaria publicada em 30 de dezembro muda a regra do jogo e estabelece que o Governo fará apenas oito recompras por ano, mas cada uma referente a uma mensalidade, apenas. Ou seja, a cada ano as empresas receberão apenas oito mensalidades, em vez das 12 que compõem o ano letivo. As outras quatro serão pagas somente depois da formatura, ao longo de dois anos e sem — pelo menos até agora — nem correção monetária.
Para se ter uma ideia do impacto desse novo ciclo de recompras no capital de giro das empresas, uma faculdade particular demorará nove anos para receber todas as mensalidades de um aluno de medicina, que demora seis anos para se formar.
Ao longo do ano passado, atrasos pontuais nas recompras já causavam preocupação no mercado.
Ao contrário do setor elétrico, no qual o Governo deu às empresas uma (péssima) alternativa caso não quisessem aderir ao novo modelo regulatório, no ensino superior as empresas estão sendo forçadas a financiar o estoque de alunos já admitidos no FIES. Se a mudança fosse apenas para os novos alunos a serem admitidos, as empresas poderiam adequar seu capital de giro à nova realidade, e até mesmo decidir participar menos do FIES.
As empresas dizem que aderiram ao FIES se fiando na lei, e questionam, também, se uma portaria pode mudar o que está escrito ali.
Diz o executivo de uma empresa afetada pela mudança das regras: “Sabemos que o País precisa fazer um ajuste fiscal e ninguém vai se furtar a dar o seu quinhão de colaboração, mas o [Ministro Joaquim] Levy tem dito que tudo que for feito será feito junto com os agentes econômicos, para que haja previsibilidade, que é a única forma das coisas funcionarem.”
Enquanto isso, as incertezas sobre o FIES começam a extrapolar o mercado financeiro. “Eu tenho professor e aluno me perguntando se o FIES vai acabar, e eu francamente não sei o que falar.”
http://veja.abril.com.br/blog/mercados/educacao/na-patria-educadora-uma-quebra-de-contrato/
Faculdades particulares entram com três ações contra o MEC
Fies
Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) retirou ação impetrada na semana passada, após decidir pela divisão do processo contra as novas regras do Fies
Cid Gomes, ministro da Educação (Pedro Ladeira/Folhapress)
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) vai entrar na Justiça com três ações contra as alterações feitas nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A entidade retirou ação impetrada na semana semana contra o Ministério da Educação (MEC), sinalizando uma mudança de estratégia. "Ao dividir, vamos nos aprofundar nos temas de acordo com a discussão jurídica. Agora teremos três frentes e mais entidades assinando junto", diz a presidenta da Fenep, Amábile Pacios.
As mudanças foram feitas pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de portaria no final do ano passado. Agora, para ter acesso ao financiamento, o aluno deve ter tirado nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação para obter o financiamento – antes bastava ter feito o exame. A portaria também proíbe que o aluno acumule bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) e o financiamento em cursos diferentes. A complementação das bolsas parciais no mesmo curso e na mesma instituição continua sendo permitida.
Outra mudança estabelece a emissão de títulos do Tesouro, por meio dos quais as mantenedoras recebem o crédito do Fies. A emissão será feita em oito vezes no ano para as mantenedoras com número igual ou superior a 20 mil matrículas do Fies. Antes a emissão era feita mensalmente.
Uma das ações questionará a constitucionalidade da alteração de uma lei por meio de portaria. Outra será em relação à recompra restrita a oito vezes por ano. A terceira, questionando a nota mínima. A Fenep estima uma redução de 20% no número de jovens beneficiados com as políticas educacionais no setor privado.
O Ministério da Educação (MEC) diz que as mudanças foram feitas em prol da qualidade do ensino superior e que o diálogo com as entidades é permanente. O ministro Cid Gomes chegou a defender o endurecimento das medidas. "Acho pouco essa exigência de patamar de 450 [pontos no Enem para acessar o Fies] e vou defender mais rigor. Em vez de rigor no aluno, posso exigir rigor no curso. Só vou aceitar financiar matrícula nos cursos bons, que tenham conceito excelente", disse.
Segundo o assessor do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, formado por cinco entidades voltadas para a educação superior particular, Sólon Caldas, a entidade segue dialogando com o MEC.
"O setor privado é parceiro do MEC, estamos dialogando para encontrar um denominador comum que atenda aos envolvidos e principalmente ao aluno", diz. Caldas acrescenta que a posição da entidade até o momento é pela não judicialização.
(Com Agência Brasil)
Morre Suzana de Moraes, filha de Vinicius de Moraes
Memória
Atriz, diretora e produtora era casada com a cantora Adriana Calcanhoto
A cineasta e atriz Suzana de Moraes, filha do poeta Vinícius de Moraes (Folhapress)
Morreu na manhã desta terça-feira, aos 74 anos, a filha mais velha do poeta e compositor Vinicius de Moraes, Suzana de Moraes. Ela havia trabalhado como atriz, produtora e diretora de filmes. De acordo com Bruno Nahoum, oncologista que a acompanhava, ela tinha câncer de útero há alguns anos e estava internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o dia 5 de janeiro.
Ela trabalhava pela divulgação do legado de Vinicius e foi produtora do bem-sucedido documentário Vinicius (2005), de Miguel Faria Jr., com quem foi casada entre 1966 e 1975. Suzana era casada havia 25 anos com a cantora Adriana Calcanhotto, que, muito discreta sobre sua vida particular, chegou a comentar o estado de saúde da parceira no programa matinal Mais Você, da Globo, em 2014. "São 25 anos (de relacionamento). Dou muita força a ela diariamente. Ela está melhor", disse. As duas oficializaram a união civil em 2010.
Filha da primeira de nove mulheres do poeta, Beatriz (Tati) de Moraes, Suzana nasceu em 5 de agosto de 1940, no Rio de Janeiro. Suzana dirigiu filmes como Mil e Uma (1994), Vinicius de Moraes, Um Rapaz de Família (1980) e Partimpim Dois É Show (2010). Junto com Adriana Calcanhoto, Suzana concebeu o projeto do álbum A Arca de Noé, em 2013, que reunia regravações das canções infantis de Vinicius de Moraes.
(Com Estadão Conteúdo)
terça-feira 27 2015
Há 70 anos, a libertação de Auschwitz-Birkenau
Alemanha
Em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazistas onde foram mortas pelo menos um milhão de pessoas.
por Deutsche Welle — publicado 27/01/2015 11:57
O sobrevivente de Auschwitz, Miroslaw Celka, caminha pelo portão do antigo campo de concentração que tem os dizeres "o trabalho liberta"
Auschwitz foi o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Hitler. Em suas câmaras de gás e crematórios foram mortas pelo menos um milhão de pessoas. No auge do Holocausto, em 1944, eram assassinadas seis mil pessoas por dia. Auschwitz tornou-se sinônimo do genocídio de judeus, sintos e roma e tantos outros grupos perseguidos pelos nazistas.
As tropas soviéticas chegaram a Auschwitz, hoje Polônia, na tarde de 27 de janeiro de 1945, um sábado. A forte resistência dos soldados alemães causou um saldo de 231 mortos entre os soviéticos. Oito mil prisioneiros foram libertados, a maioria em situação deplorável devido ao martírio que enfrentaram.
"Na chegada ao campo de concentração, um médico e um comandante questionavam a idade e o estado de saúde dos prisioneiros que chegavam", contou Anita Lasker, uma das sobreviventes. Depois disso, as pessoas eram encaminhadas para a esquerda ou para a direita, ou seja, para os aposentos ou direto para o crematório. Quem alegasse qualquer problema estava, na realidade, assinando sua sentença de morte.
Auschwitz-Birkenau foi criado em 1940, a cerca de 60 quilômetros da cidade polonesa de Cracóvia. Concebido inicialmente como centro para prisioneiros políticos, o complexo foi ampliado em 1941. Um ano mais tarde, a SS (Schutzstaffel) instituiu as câmaras de gás com o altamente tóxico Zyklon B. Usada em princípio para combater ratos e desinfetar navios, quando em contato com o ar a substância desenvolve gases que matam em questão de minutos. Os corpos eram incinerados em enormes crematórios.
Um dos médicos que decidiam quem iria para a câmara de gás era Josef Mengele. Segundo Lasker, ele se ocupava com pesquisas: "Levavam mulheres para o Bloco 10 em Auschwitz. Lá, elas eram esterilizadas, isto é, se faziam com elas experiências como se costuma fazer com porquinhos da Índia. Além disso, faziam experiências com gêmeos: quase lhes arrancavam a língua, abriam o nariz, coisas deste tipo..."
Trabalhar até cair
Os que sobrevivessem eram obrigados a trabalhos forçados. O conglomerado IG Farben, por exemplo, abriu um centro de produção em Auschwitz-Monowitz. Em sua volta, instalaram-se outras firmas, como a Krupp. Ali, expectativa de vida dos trabalhadores era de três meses, explica a sobrevivente.
"A cada semana era feita uma triagem", relata a sobrevivente Charlotte Grunow. "As pessoas tinham de ficar paradas durante várias horas diante de seus blocos. Aí chegava Mengele, o médico da SS. Com um simples gesto, ele determinava o fim de uma vida com que não simpatizasse."
Para apagar os vestígios do Holocausto antes da chegada do Exército Vermelho, a SS implodiu as câmaras de gás em 1944 e evacuou a maioria dos prisioneiros. Charlotte Grunow e Anita Lasker foram levadas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde os britânicos as libertaram em abril de 1945. Outros 65 mil que haviam ficado em Auschwitz já podiam ouvir os tiros dos soldados soviéticos quando, a 18 de janeiro, receberam da SS a ordem para a retirada.
"Fomos literalmente escorraçados", lembra Pavel Kohn, de Praga. "Sob os olhos da SS e dos soldados alemães, tivemos de deixar o campo de concentração para marchar dia e noite numa direção desconhecida. Quem não estivesse em condições de continuar caminhando, era executado a tiros", conta. Milhares de corpos ficaram ao longo da rota da morte. Para eles, a libertação chegou muito tarde.
Aécio: ‘manobras’ tentam minar credibilidade da Lava Jato
Lava Jato
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) faz um pronunciamento no Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em Brasília (Alan Marques/VEJA)
Depois de ter o aliado político Antonio Anastasia (PSDB) citado como um dos possíveis beneficiários do esquema de propina na Petrobras, o presidente do PSDB, Aécio Neves, disse nesta terça-feira que existem “manobras” para “confundir, enfraquecer e tirar a credibilidade” das investigações sobre o petrolão. “O PSDB vem a público denunciar as manobras em curso para confundir, enfraquecer e tirar a credibilidade das investigações que estão sendo conduzidas na Operação Lava Jato. Misturar falsas acusações com fatos reais já comprovados é estratégia de quem tenta minar a credibilidade das investigações”, disse Aécio. Anastasia e o deputado peemedebista Eduardo Cunha, candidato à Presidência da Câmara, foram citados em depoimento do agente da Polícia Federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como o Careca, em reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Ambos negam envolvimento com o petrolão. Nesta terça-feira a defesa de Anastasia recorreu à Justiça Federal do Paraná com pedido de acesso ao depoimento completo de Careca. (Laryssa Borges, de Brasília)
Dilma proíbe até assessores e blinda reunião ministerial
Maquiavel
Portaria da Granja do Torto, residência oficial da presidente eleita Dilma Rousseff (Antonio Cruz/Agência Brasil/VEJA)
A primeira reunião ministerial do segundo governo da presidente Dilma Rousseff, agendada para esta terça-feira, ocorrerá em esquema de vigilância total. Apenas os primeiros minutos da reunião, quando Dilma fará uma rápida fala introdutória, serão abertos à imprensa. Para vetar vazamentos e impedir declarações, até assessores foram proibidos de acompanhar o encontro. Geralmente, nas reuniões ministeriais realizadas na Granja do Torto, a casa de campo oficial da Presidência da República, os assessores ficam em uma sala anexa, o que não ocorrerá desta vez. Em alguns ministérios, houve queixas à condução dos preparativos da reunião.
(Com Estadão Conteúdo)
(Com Estadão Conteúdo)
Dilma reaparece, defende ajuste e pede que ministério trave 'batalha da comunicação'
Reunião ministerial
Presidente fez malabarismos para negar as contradições entre as medidas do governo que se inicia e o discurso de candidata. Acuada, ela voltou a fingir que o escândalo que sangrou a Petrobras não tem relação com sua gestão
Gabriel Castro, de Brasília
TROPA DE CHOQUE – A presidente Dilma Rousseff e sua nova equipe ministerial na Granja do Torto, em Brasília: petista quer seus 39 auxiliares em sua defesa contra a avalanche de notícias ruins que marcam início do governo (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Depois de quase um mês de silêncio, a presidente Dilma Rousseff convocou seu numeroso time de ministros nesta terça-feira a "travar a batalha da comunicação" e classificou como "boatos" a sucessão de notícias ruins que marcam os 27 dias do seu novo governo, incluindo os desdobramentos do escândalo de corrupção na Petrobras e o pacote de ajustes fiscais que fará o bolso do brasileiro doer neste ano.
Dilma reapareceu hoje à frente da reunião com os 39 auxiliares que simbolizam o maior loteamento partidário já visto na Esplanada dos Ministérios. A fala inaugural da presidente durou 35 minutos e foi transmitida ao vivo pela televisão estatal NBR. Em seguida, a reunião na Granja do Torto, a casa de campo da Presidência da República, transcorreu a portas fechadas – inclusive sem a presença de assessores dos ministros.
No pronunciamento, a presidente deixou transparecer desconforto com o texto a ser lido e chegou a demonstrar irritação: foram duas broncas, por exemplo, pela lentidão do operador do seu teleprompter. Aos ministros, proferiu uma série de malabarismos retóricos para negar as contradições entre o governo que se inicia e o discurso da presidente-candidata. "Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre, permanentemente", disse a presidente. E prosseguiu: "Não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública".
"Vamos mostrar a cada cidadão que não alteramos um só milímetro o nosso compromisso com o projeto vencedor na eleição", discursou.
Dilma atribuiu a situação econômica do país a fatores externos e citou a desaceleração de parceiros importantes, como China e Estados Unidos, num período recente. Ela também mencionou a queda no preço das commodities e a alta no valor do dólar. No cenário interno, Dilma mencionou a alta no preço dos alimentos e da energia, motivada pela crise hídrica no Brasil.
A presidente afirmou que vai lançar um plano de desburocratização para facilitar a atuação das empresas, ampliar as concessões de rodovias, portos, aeroportos – além de estender o modelo para as hidrovias – e dar início a um plano nacional de exportações. Agora, Dilma diz que o Brasil chegou a um "limite" e por isso se tornou necessário promover um "reequilíbrio fiscal".
Dilma atribuiu a situação econômica do país a fatores externos e citou a desaceleração de parceiros importantes, como China e Estados Unidos, num período recente. Ela também mencionou a queda no preço das commodities e a alta no valor do dólar. No cenário interno, Dilma mencionou a alta no preço dos alimentos e da energia, motivada pela crise hídrica no Brasil.
A presidente afirmou que vai lançar um plano de desburocratização para facilitar a atuação das empresas, ampliar as concessões de rodovias, portos, aeroportos – além de estender o modelo para as hidrovias – e dar início a um plano nacional de exportações. Agora, Dilma diz que o Brasil chegou a um "limite" e por isso se tornou necessário promover um "reequilíbrio fiscal".
Mais uma vez o discurso realista e pragmático da presidente contrasta com o da candidata, que venceu as eleições negando problemas nas finanças do governo e acusando os adversários de planejarem tudo aquilo que ela mesmo faria no segundo mandato. Dilma, que havia garantido que não mexeria em benefícios sociais, não deu o braço ao torcer. Ela disse que as mudanças o seguro-desemprego, por exemplo, não são "medidas fiscais": "Trata-se do aperfeiçoamento de medidas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça".
A presidente repetiu seu discurso tradicional sobre a corrupção na Petrobras: como se o problema não tivesse qualquer relação com seu governo, pediu que a empresa fosse defendida. "Temos que saber apurar, temos que saber punir, isso tudo sem enfraquecer a Petrobras nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro do país", disse ela, que também prometeu ser "implacável" no combate a desvios de recursos públicos.
A presidente repetiu seu discurso tradicional sobre a corrupção na Petrobras: como se o problema não tivesse qualquer relação com seu governo, pediu que a empresa fosse defendida. "Temos que saber apurar, temos que saber punir, isso tudo sem enfraquecer a Petrobras nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro do país", disse ela, que também prometeu ser "implacável" no combate a desvios de recursos públicos.
Justiça bloqueia quase R$ 119 milhões de investigados na Lava Jato
Lava Jato
Valores incluem dinheiro de empreiteiros e de três empresas de propriedade do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e do lobista Fernando Baiano
Laryssa Borges, de Brasília
A Justiça Federal do Paraná bloqueou, até agora, 118,85 milhões de reais de investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Os valores, compilados pela 13ª Vara Federal de Curitiba nesta terça-feira, incluem bloqueios de contas bancárias das cúpulas das principais construtoras do país e dinheiro que ainda será transferido a contas judiciais, mas não tratam de recursos depositados no exterior. A retenção dos valores foi determinada no ano passado pelo juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, e serve como garantia de reposição dos cofres públicos caso os réus sejam condenados.
O vice-presidente da construtora Engevix Gerson de Mello Almada foi o réu que teve os maiores valores bloqueados – 37,5 milhões de reais –, seguido do ex-presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, com 18,1 milhões de reais, do diretor da Área Internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, com 11,99 milhões de reais, e do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia e apontado como o chefe do Clube do Bilhão, cartel de empreiteiras que, por meio do pagamento de propina, articulavam fraudes em contratos com a Petrobras. Também foram bloqueados recursos da D3TM Consultoria e Participações, empresa de propriedade do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e de duas companhias do operador do PMDB no petrolão, Fernando Soares, conhecido comoFernando Baiano: a Hawk Eyes Administração de Bens e a Technis Planejamento e Gestão em Negócios. Duque e Baiano, como pessoas físicas, também tiveram bloqueados 4,04 milhões de reais e 8.873 reais, respectivamente.
No início do ano, a Justiça Federal do Paraná havia determinado que bancos públicos e privados mantivessem bloqueados os recursos em contas bancárias e aplicações financeiras de investigados na Operação Lava Jato. O alerta judicial ocorreu após algumas instituições financeiras terem se recusado a cumprir a ordem do juiz Sergio Moro.
O BNP Paribas, por exemplo, havia enviado ofício a Moro questionando se poderia congelar, aos poucos, o dinheiro em nome de Gerson de Mello Almada, na medida em que vencesse o prazo de resgate de aplicações. Além do BNP, outros bancos questionaram a necessidade a bloquear aplicações financeiras não vencidas por considerar que a determinação poderia prejudicar clientes e afugentar novos investidores que não têm relação com a Lava Jato. A restrição dos recursos vale até em casos comprovados de dinheiro lícito.
segunda-feira 26 2015
Juiz critica ‘operação mãos-sujas’ e rebate empreiteiros
Lava Jato
Sergio Moro disse que doleiro Youssef fez delação 'voluntariamente' e afirmou que questionamentos de empreiteiras são 'teses especulativas'
Laryssa Borges, de Brasília
O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos de empreiteiros presos na Operação Lava Jato (Divulgação/VEJA)
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, rejeitou nesta segunda-feira uma série de pedidos apresentados pela defesa dos empreiteiros da OAS presos na Operação Lava Jato e confirmou a legalidade das escutas telefônicas que tornaram público o escândalo do petrolão. Nos últimos dias, a OAS montou uma verdadeira “operação mãos-sujas” contra Moro, acusando o magistrado de imparcialidade e colocando em xeque provas como monitoramento de mensagens, envios de movimentações financeiras suspeitas e até a própria delação premiada do doleiro Alberto Youssef. A investida contra o juiz que conduz de forma implacável os processos da Lava Jato é uma das principais estratégias das construtoras desde novembro, quando os executivos de grandes empreiteiras foram colocados atrás das grades.
Ao analisar os pedidos dos advogados, Sergio Moro resumiu as queixas do Clube do Bilhão a um “excesso retórico” e a teses “puramente especulativas” para tentar invalidar as investigações do maior escândalo de corrupção da história do país. Diante da tentativa da OAS de anular a colaboração premiada de Alberto Youssef, Moro disse que o acordo foi celebrado de forma espontânea pelo doleiro e destacou que coube ao Supremo Tribunal Federal (STF), e não a ele próprio, homologar as revelações do delator. Em uma tentativa extrema de desqualificar o juiz, as empreiteiras chegaram a acusar o magistrado de ter pressionadoYoussef a contar detalhes do esquema criminoso e pediram a anulação da colaboração do doleiro por ter poder ter, no futuro, um abatimento de multa caso indique o destino do dinheiro desviado no petrolão.
“O referido acusado [Youssef], voluntariamente, decidiu colaborar com a Justiça Criminal a fim de obter benefícios de redução de penas em eventuais condenações. O procedimento tomado foi legal, não havendo invalidade a ser reconhecida. Ademais, ainda que assim não fosse, é de todo óbvio que somente o próprio Alberto Youssef e seu defensor poderiam reclamar de eventual invalidade no procedimento”, explicou.
“Quanto aos questionamentos feitos pelas defesas, com excesso retórico, sobre o acordo do Ministério Público com Alberto Youssef acerca da legalidade ou não dele, observo que o MPF é o responsável por seu conteúdo, cabendo ao Judiciário exame apenas quanto à voluntariedade e à legalidade formal. Não foi, ao contrário do alegado pelas defesas, o acordo homologado por este julgador, mas sim pelo Supremo Tribunal Federal e não por este julgador. Não se vislumbra como, portanto, o acordo celebrado entre MPF e Alberto Youssef e homologado pelo Supremo Tribunal Federal poderia, conforme argumentação da defesa, gerar a suspeição deste julgador. Falta evidente conexão entre causa e efeito na argumentação das defesas”, disse.
Escutas – Em despacho assinado nesta segunda-feira, o juiz Sergio Moro também rejeitou os argumentos das defesas de que os grampos realizados em aparelhos BlackBerry (BBM) utilizados por Alberto Youssef e seus comparsas seriam ilegais. Para os advogados, o pedido dos investigadores diretamente à companhia canadense que controla o BBM seria inconstitucional, violaria um tratado bilateral entre Brasil e Canadá e ainda seria capaz de anular todas as provas da Lava Jato. “Nada há de ilegal em ordem de autoridade judicial brasileira de interceptação telemática ou telefônica de mensagens ou diálogos trocados entre pessoas residentes no Brasil e tendo por objetivo a investigação de crimes praticados no Brasil, submetidos, portanto, à jurisdição nacional brasileira”, disse o magistrado em sua decisão. “O fato da empresa que providencia o serviço estar sediada no exterior, a RIM Canadá, não altera o quadro jurídico, máxime quando dispõe de subsidiária no Brasil apta a cumprir a determinação judicial, como é o caso, a Blackberry Serviços de Suporte do Brasil Ltda”, completou ele, destacando que, se tivesse havido o descumprimento do tratado de cooperação entre Brasil e Canadá, o próprio governo canadense teria reclamado publicamente.
Na tentativa de driblar o monitoramento de conversas, o doleiro Alberto Youssef e seu grupo utilizavam mensagens criptografadas do aparelho BlackBerry (BBM). Ao contrário de outros celulares, o BlackBerry permite que os dados sejam codificados por chaves que a todo momento expiram, o que, em tese, dificultaria o monitoramento das conversas. Para ter acesso ao teor do que o doleiro negociava com seus comparsas, a Polícia Federal pediu diretamente à empresa canadense RIM, que administra o serviço BBM, o acesso em tempo real ao conteúdo das mensagens.
Perícias – Em documentos enviados à Justiça Federal, os empreiteiros da OAS haviam pedido que fosse feita uma série de diligências para comprovar as teses de que não houve irregularidades nos contratos com a Petrobras, de que as provas coletadas seriam ilegais e de que as mensagens estariam fora do contexto. Entre as propostas apresentadas pelos advogados estão perícia contábil, financeira e de engenharia nas obras das refinarias Presidente Getúlio Cargas (RJ) e Abreu e Lima e perícia nos grampos para “provar a não veracidade das mensagens”. Todos os pedidos foram rejeitados por Sergio Moro nesta segunda-feira.
O juiz justificou a duração dos grampos telefônicos iniciados com o monitoramento do doleiro Carlos Chater e criticou o fato de as defesas terem apresentado uma lista de perícias nas conversas entre os criminosos – parte dos réus, incluindo o doleiro Alberto Youssef, já havia confirmado a veracidade das conversas. “Percebe-se, claramente, que a perícia pretendida pelas defesas é puramente especulativa, buscando-se identificar alguma coisa – que as defesas sequer sabem precisar – que possa justificar um juízo de invalidade sobre a interceptação”, afirmou ele.
Dilma já tinha decidido cortar seguro-desemprego antes da eleição. Omitiu isso dos eleitores e ainda atribuiu essa intenção a seu adversário. Mas João Santana acha que a campanha foi limpa e técnica
Ai, ai, vamos lá… Quando a gente se dá conta da máquina de assalto aos cofres públicos em que se transformou o seguro-desemprego, é impossível deixar de apoiar as novas regras, que dificultam o acesso ao benefício, diminuindo as possibilidades de fraude. A matemática elementar evidencia que havia algo de muito errado no setor: os gastos com seguro-desemprego explodiram no período em que o desemprego caiu. Muito bem: até aqui, então, palmas para o governo. Ocorre que as coisas são mais complexas do que isso.
Reportagem da Folha desta segunda informa que o governo já havia decidido dificultar o acesso ao seguro-desemprego em meados do ano passado, mas deixou para anunciar a medida só depois da eleição. Tá. Até aqui, vá lá, no limite do pragmatismo, a gente ainda pode perdoar Dilma Rousseff. Afinal, se ela anuncia a mudança antes, corria o risco de perder a disputa, e uma alteração que favorece os cofres públicos poderia não ter sido feita.
Mas o busílis não está aí: Dilma fez duas coisas detestáveis, e a segunda é ainda pior do que a primeira: 1) anunciou que não haveria nenhuma mudança nessa área; 2) atribuiu a seu adversário, Aécio Neves, intenções, segundo ela malévolas, de cortar o que, sem dúvida, PT, CUT e assemelhados chamam de “benefícios sociais”. Aí não dá.
Notem, então, que não foi a chegada de Levy Mãos de Tesoura ao governo que determinou a mudança no seguro-desemprego. Isso já estava decidido, e Dilma só não anunciou antes a medida porque sabia que ela poderia prejudicar a sua reeleição. Até aí, reitero, ainda se pode compreender. Mas é imoral que tenha acusado o adversário de ter uma intenção que era sua.
Aliás, todos sabemos, não foi só nessa área. Dilma disse também que a promessa de Aécio de levar a inflação, ao longo de quatro anos, para o centro da meta só poderia ser alcançada com um choque de juros, que, segundo ela, conduziria os brasileiros ao desemprego. Depois da eleição, a taxa já teve uma elevação de 1,25 ponto, o que custa ao Tesouro, em um ano, algo em torno de R$ 20 bilhões — o valor do pacote fiscal. Era o que ela chamava de retrocesso. Foi além: disse também que o tucano tinha a intenção de adotar medidas amargas, como elevar a tarifa de energia elétrica e dos combustíveis, medidas que, como sabemos, a própria Dilma adotou.
Não li o livro “João Santana, um Marqueteiro no Poder”, de Luiz Maklouf Carvalho, em que o homem que fez a campanha do PT ataca seus críticos e justifica os métodos da campanha vitoriosa de Dilma. Parece que ele se nega a admitir que tenha participado da montagem de um formidável estelionato eleitoral e que tenha comandado uma das campanhas mais sórdidas de que se tem notícia. Bem, marqueteiros costumam ter sobre si mesmos uma opinião muito generosa. Santana, sem dúvida, é talentoso no seu ofício. E emprestou esse talento ao estelionato e à sordidez. Não se trata de juízo de valor. Os fatos estão aí.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...