quarta-feira 05 2014

PSDB quer concluir auditoria nas urnas em um mês

Justiça

Sigla pretende montar um grupo com até cinco peritos e realizar análise própria do resultado da votação

Gabriel Castro, de Brasília
Deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP), coordenador jurídico do partido
Deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP), coordenador jurídico do partido (Luiz Aves/Agência Câmara/VEJA)
O PSDB espera concluir em trinta dias a auditoria nas urnas eletrônicas, autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira. O coordenador jurídico do partido, o deputado Carlos Sampaio, diz que os nomes da comissão de peritos vão ser apontados na semana que vem. Segundo ele, o grupo terá de três a cinco pessoas. Os tucanos pretendem indicar para comandar o grupo o professor Diego Aranha, da Unicamp, que encontrou falhas no sistema em um teste público feito em 2012.
Sampaio afirma que a decisão do TSE foi ainda mais favorável aos tucanos do que o partido queria. Isso porque a comissão suprapartidária proposta pelo partido foi transformada pela corte em uma comissão de peritos indicada apenas pelo PSDB. O tribunal considerou que, como a sigla foi a única a subscrever o pedido, não seria possível estender a outros partidos o direito de participar oficialmente da auditoria.
O coordenador jurídico do PSDB não acredita que o resultado da eleição presidencial tenha sido forjado. Mas afirma que a auditoria será importante para apontar possíveis brechas no sistema e dar uma resposta ao eleitorado. "Fraudes houve. Mas não creio que a ponto de mudar o resultado da eleição. Tanto que deixamos passar o prazo para pedir recontagem", diz o tucano. Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral aceitou nesta terça-feira liberar ao PSDB acesso aos arquivos eletrônicos e demais documentos referentes à totalização dos votos da eleição presidencial. Com esses dados, os tucanos poderão realizar uma auditoria própria do resultado.
É claro que o TSE cedeu à reivindicação do PSDB e autorizou uma auditoria nas eleições. A voz das pessoas decentes, que foram às ruas, venceu. Cheguei a pensar que o tribunal havia negado que se tratasse de uma auditoria, mas eram apenas os setores confusos da imprensa — isso na hipótese benigna. Ficam mal o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o corregedor do tribunal, João Otávio de Noronha, que haviam emitido opiniões absurdas a respeito. O segundo falou fora dos autos. O outro misturou alhos com bugalhos e especulou até sobre preconceito regional, num parecer meio aloprado. O site do TSE é explícito, num texto cujo título é este: “TSE aprova auditoria do PSDB sobre sistemas eleitorais de 2014”. Lá está escrito: “Por unanimidade de votos, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu, na sessão desta terça-feira (4), pedido do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para que a sigla tenha pleno acesso aos sistemas de votação, apuração e totalização dos votos das eleições de 2014 para que o partido possa, se desejar, realizar uma auditoria própria”. Alguma dúvida? 

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