Política
Afastamento de Sérgio Machado foi uma das condições impostas pela empresa de auditoria que avalia os contratos feitos pela subsidiária da Petrobras
Presidente da Transpetro, Sérgio Machado (Divulgação)
Atualizada às 21h25
Após ter o nome citado nas investigações da Operação Lava Jato como um dos integrantes do esquema de corrupção na Petrobras, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, pediu licença do cargo nesta segunda-feira. Em depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa relatou que recebeu de Machado 500.000 reais de propina referentes a uma licitação de navios. Em nota, Machado afirma que ficará afastado por 31 dias, sem receber salário. "Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários", diz o texto.Como informa a coluna Radar, de Lauro Jardim, Machado afirmou em reunião com diretores nesa tarde que está sendo "injustiçado".
"Apesar de toda uma vida honrada, tenho sido vítima nas últimas semanas de imputações caluniosas feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, cujo teor ainda não foi objeto sequer de apuração pelos órgãos públicos competentes. A acusação é francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras", segue a nota. "Trata-se de um gesto de quem não teme investigações. Pretendo com isso, também, evitar eventuais atrasos na divulgação do balancete do terceiro trimestre da Petrobras. Estou certo do pleno rigor e lisura de minha gestão na Transpetro, e tranquilo quanto ao curso das investigações. Tenho todo o interesse de que tudo seja averiguado rapidamente", encerra.
O substituto de Sergio Machado durante a licença será Claudio Ribeiro Teixeira Campos, diretor de Gás Natural da Transpetro – o anúncio foi feito pela Petrobras na noite desta segunda por meio de fato relevante à Comissão de Valaores Mobiliários (CVM).
Ex-senador, Machado é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Por causa do seu envolvimento, a presidente Dilma Rousseff já havia cogitado demiti-lo do cargo. O PMDB, no entanto, impediu a exoneração, alegando que o mesmo tratamento fosse dado aos petistas também citados na Lava Jato, como tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Na semana passada, Vaccari disse que deixaria o posto no conselho de administração da Itaipu.
O afastamento imediato de Sérgio Machado foi uma das exigências impostas pela PriceWaterhouseCoopers para realizar a auditoria de contratos da subsidiária de transporte e logística da Petrobras. A Price é uma auditora independente que avaliza os balanços comerciais e financeiros da estatal. Nos bastidores, o PMDB acredita que ele deve sair de cena temporariamente até que a investigação comprove a sua inocência, para depois reaver o cargo.
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