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Pessimismo eleitoral em torno da possibilidade de reeleição da candidata petista pressionou Bolsa e impulsionou dólar nesta terça-feira
Em outubro, Bovespa passou a registrar perdas de 3,11%, ante ganho de 0,34% até segunda-feira (Alessandro Shinoda/Folhapress/VEJA)
O principal índice da BM&FBovespa despencou nesta terça-feira para a mínima em mais de quatro meses, anulando os ganhos acumulados em outubro. O recuo foi motivado pela divulgação de pesquisas eleitorais na segunda-feira, que mostraram, pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff (PT) numericamente à frente do candidato Aécio Neves (PSDB).
Pesquisa Datafolha, uma das mais monitoradas pelo mercado, mostrou Dilma com 52% dos votos válidos (que exclui brancos, nulos e indecisos), ante 49% em pesquisa anterior, contra Aécio Neves (PSDB) com 48% (ante 51%), ainda em situação de empate técnico.
O Ibovespa caiu 3,44%, a 52.432 pontos, menor patamar desde 5 de junho. Entre as principais quedas, estiveram as ações ON (ordinárias, com direito a voto) da Petrobras e PN (preferenciais, sem direito a voto), que recuaram 5,43% e 6,92%, respectivamente. A agência de classificação de risco Moody's anunciou após o fechamento dos negócios o rebaixamento do rating da produtora de petróleo para Baa2. Também sofreram perdas significativas Eletrobras ON (-7,09%), Eletrobras PNB (-7,88%), Bradesco ON (-5,07%), Banco do Brasil (-6,77%) e Itaú Unibanco (-5,02%).
O declínio nesta sessão levou o Ibovespa a acumular perdas de cerca de 3,11% em outubro, revertendo o ganho de 0,34% contabilizado até segunda-feira. Na semana passada, o índice ainda tinha no mês elevação superior a 7%. No ano, o índice ainda acumula alta de 1,8% em reais. Mas considerando a cotação em dólar, que tem subido em relação ao real, o Ibovespa passou para o campo negativo, com queda de 3%.
Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo e, com base nos últimos levantamentos, a percepção é que aumentaram as chances de vitória da presidente Dilma. O gestor de um fundo no Rio de Janeiro, que pediu para não ter o nome citado, lembrou que 2015 será um ano difícil, de ajustes na economia, e o resultado da eleição pode ter um impacto de expectativas muito forte.
No caso de reeleição de Dilma, ele não vê esse efeito agindo de forma favorável, assim como não espera um potencial ajuste fiscal, o que explica o maior prêmio de risco embutido nos preços dos ativos. A expectativa entre os agentes é que os próximos dias registrem aumento da volatilidade e redução de liquidez, em meio à divulgação de uma série de pesquisas até domingo.
Dólar - Também em reação ao cenário eleitoral, o dólar fechou em alta nesta terça-feira. A moeda norte-americana subiu 0,52%, e terminou o dia cotada a 2,4766 reais, depois de passar toda a manhã em valorização de cerca de 1%. Na máxima da sessão, chegou a atingir 2,5038 reas (+1,63%).
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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