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Atualizado às 11h15 desta quinta-feira
Encerrada a sabatina promovida nesta quarta-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a programação foi em frente com a sequência de cinco perguntas a Dilma Rousseff formuladas por jornalistas escolhidos por sorteio. A presidente pareceu pouco à vontade com a primeira, que tratou de questões econômicas. Pareceu mais tranquila com as três seguintes, que versaram sobre assuntos agrícolas. A quinta e última quis saber o que tinha a dizer a entrevistada sobre o envolvimento de servidores do Palácio do Planalto na trama forjada para reduzir a CPI da Petrobras a uma ação entre comparsas infiltrados no Congresso e no governo.
Antes que a pergunta chegasse ao fim, a fisionomia de Dilma avisou que o copo até aqui de cólera começara a transbordar. O palavrório reproduzido pelo site de VEJA permite contemplar a erupção retórica que sacudiu a cabeça que preside o país há mais de três anos e meio. Em poucos segundos, o neurônio solitário enriqueceu a paisagem do Brasil Maravilha com outro monumento à maluquice construído apenas com vogais e consoantes. Confira:
“Vou te falar uma coisa. Acho extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você pode me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também. Muito obrigada. Não é o Palácio do Planalto nem nenhuma sede de nenhum partido. Quem sabe das perguntas sobre petróleo e gás só tem um lugar. Pergunta só tem um lugar no Brasil. Eu diria vários lugares no Brasil: a Petrobras e todas as empresas de petróleo e gás. Você sabe que há uma simetria de informação entre nós, mortais, e o setor de petróleo. É um setor altamente oligopolizado, extremamente complexo tecnicamente. Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela”.
Reveja sem pressa a catarata de frases sem pé nem cabeça. É inútil chamar o intérprete: o dilmês primitivo não tem tradução em língua de gente. É inútil chamar o psiquiatra: cérebro baldio não tem conserto. Tampouco adianta chamar o marqueteiro: nem o maior dos tribunos poderá decorar o que será dito necessariamente de improviso. É impossível, portanto, impedir que Dilma Rousseff protagonize derrapagens semelhantes à ocorrida há poucas horas.
Imagine a presidente, no meio do debate na TV, reincidindo num falatório tão alucinado quanto o produzido neste 6 de agosto. Em vez de comentar por 1 minuto o que acabou de ouvir, como estabelecem as regras dos duelos do gênero, o adversário da candidata ao segundo mandato deve confessar que não entendeu nada, doar os 60 segundos à adversária e pedir-lhe que use esse tempo para tentar explicar o que quis dizer. Isso bastará para consumar o naufrágio do barco pilotado por uma navegante sem rumo.
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