quinta-feira 08 2014

Morre o cantor Jair Rodrigues aos 75 anos em São Paulo

Memória

Músico estava em sua casa em Cotia. Causa da morte ainda não foi confirmada


Jair Rodrigues comemorando 50 anos de carreira com o show "Festa para um Rei Negro", no Citibank Hall, em 2009

O cantor Jair Rodrigues, 75 anos, morreu nesta quinta-feira em sua casa em Cotia, na região metropllitana de São Paulo. A informação foi confirmada pela produtora do artista ao site de VEJA. No momento, a perícia está na casa do cantor para analisar os motivos da morte. Jair deixa dois filhos, os cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello.
Nascido em Igarapava, em São Paulo, no dia 6 de fevereiro de 1939, Jair Rodrigues começou a carreira nos anos 1960 em casas noturnas e no rádio, em programas de calouro.
Gravou seu primeiro LP em 1962, com as canções Brasil Sensacional Marechal da Vitória, com temática da Copa do Mundo. Rodrigues ficou realmente conhecido a partir de 1964, com a música Deixa Isso pra Lá, que misturava samba, MPB e uma pitada de funk.
Boa praça, o cantor conquistou muitos amigos no meio musical, como Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Sua amizade mais frutífera foi ao lado da cantora Elis Regina, que conheceu em 1965. Ao lado da pimentinha, ele lançou três discos ao vivo, o Dois na Bossa, volumes 1, 2 e 3. Formou-se então a dupla Jair e Elis, que comandou o programa O Fino da Bossa, exibido pela rede Record.
Em 1966, defendeu a canção Disparada no II Festival de Música Popular Brasileira, também na Record, e dividiu o primeiro lugar com Nara Leão, com a música A Banda, de Chico Buarque. 

É a década de 1970 que vê Jair Rodrigues se transformar em um dos maiores nomes da música brasileira. Produtivo, o cantor grava mais de um disco por ano, entre eles Festa para um Rei Negro, que continha o samba-enredo da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, com o famoso refrão “Ô lê lê, ô lá lá / pega no ganzê / pega no ganzá”. Álbuns como Eu Sou o SambaMinha Hora e Vez e Pisei Chão também foram lançados nos anos 1970.
A carreira de Jair Rodrigues continuou a se proliferar nos anos seguintes, com discos novos do cantor quase a cada ano, com direito a algumas coletâneas, como 500 anos de folia – 100% Ao Vivo, lançada em 1999. Em 2000, chegaria às lojas o segundo volume do álbum e Jair faria parte da trilha sonora da novela O Cravo e a Rosa, exibida na faixa das 18 horas na Rede Globo, interpretando a canção título do folhetim.
Duas gravações de Jair Rodrigues nos anos 2000 deixaram o negócio musical do cantor em família: em 2004, ele cantou Falso Amor/Fake Love junto com seu filho, o músico Jair Oliveira, para o disco A Nova Bossa, já no ano seguinte, ele gravou a canção Alma Negra com a filha, a cantora Luciana Mello, para o disco de mesmo nome.
No total, sua discografia contém 44 discos, entre álbuns de inéditas e coletâneas. Apesar da idade, o cantor continuava na ativa. Seu último álbum foi Alma Negra, lançado em 2005 que lhe rendeu, no ano seguinte, o Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de samba brasileiro.

Nenhum comentário: