Saúde da mulher
Estatística é do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Doença é o tipo de tumor ginecológico mais agressivo, mas não o mais prevalente entre mulheres
Câncer de ovário: 70% das mulheres com a doença atendidas em hospital de SP têm mais de 55 anos (Thinkstock)
Um levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) mostrou que sete em cada dez mulheres com câncer de ovário que chegam ao hospital já apresentam uma forma muito avançada da doença, o que pode comprometer o sucesso do tratamento. O tumor é mais frequente em mulheres acima dos 55 anos – cerca de 70% das pacientes atendidas no Icesp são desta faixa etária, segundo os dados divulgados nesta terça-feira.
O câncer de ovário não é o tumor ginecológico mais frequente entre as mulheres, mas é o mais agressivo e com menores chances de cura. Na maioria das vezes em que os sintomas se tornam aparentes, a doença já está em um estágio muito avançado e é praticamente incurável.
Além disso, não há formas de detectar o tumor precocemente. As principais entidades médicas do mundo não recomendam exames de prevenção para a doença em mulheres saudáveis. Estudos concluíram que esses exames não reduzem a mortalidade e podem levar a cirurgias desnecessárias. “A visita anual ao ginecologista e a procura por médicos em casos de alguma anormalidade podem ajudar a antecipar o diagnóstico, aumentando as chances de sucesso do tratamento”, diz coordenadora da oncologia clínica do Icesp, Maria Del Pilar Estevez Diz.
Parte dos casos do câncer de ovário é hereditária. A incidência da doença pode ter relação com o número de ovulações — por isso, tomar pílula e engravidar muitas vezes pode ajudar a reduzir o risco do problema. Segundo o Icesp, obesidade, terapia de reposição hormonal e tratamento para a fertilidade podem aumentar a propensão ao câncer.
Estimativas do Instituo Nacional do Câncer (Inca) sugerem que o Brasil terá 6 000 novos casos de câncer de ovário neste ano – uma incidência dez vezes menor do que a do câncer de mama, por exemplo.
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