Política
Prefeito esteve presente em ato. Políticos optaram por discursos breves
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é vaiado em ato da CUT (Taba Benedicto/Futura Press)
A festa do Dia do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT) é conhecido por abrigar entusiasmados discursos petistas. Neste ano, foi diferente. Nenhum integrante do PT ficou à vontade para falar ao público no evento, que reuniu 80.000 pessoas segundo a organização.
O mais hostilizado foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O público vaiou fortemente quando seu nome foi anunciado, mesmo sem ele estar presente no momento. Embora sua presença tenha sido aguardada (constava inclusive em sua agenda oficial), ele optou por não subir ao palco. A plateia também levantou faixas de protesto contra o petista: "Prefeito Fernando Haddad: atenda a nossas reivindicações!"
Petistas - Sem Haddad no palco, o ex-ministro da saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandra Padilha também tentou falar ao público, com o senador Eduardo Suplicy ao lado.
Por causa da impaciência dos presentes, que claramente queriam continuar assistindo aos shows musicais, os políticos preferiram falar pouco. Padilha desejou "bom dia, boa tarde e boa noite" e questionou a plateia "quem era contra o racismo: levanta a mão". O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, esteve no palco representando a presidente Dilma Rousseff e também foi econômico nas palavras. Ele fez apenas uma rápida saudação, sem discursar.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, apenas gritou: "viva o trabalhador". O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, partido da base de apoio da presidente Dilma, foi um dos que mais falou. Rabelo aproveitou seu discurso para fazer críticas aos opositores. Segundo ele, a oposição acha que aumentar o salário mínimo "é uma ameaça". "Não podemos voltar atrás, a oposição é uma volta atrás, é perda de conquistas e de direitos", afirmou.
Força Sindical - No ato do Primeiro de Maio da Força Sindical, o tom dos oradores foi de críticas ao governo. O deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) fez o discurso mais contundente. "Quem deveria estar presa na Papuda [presídio em Brasília onde estão os mensaleiros José Dirceu e José Genoino] é a presidente Dilma, pelos roubos que tem feito na Petrobras, empresa que os brasileiros aprenderam a admirar", disse.
Paulinho aproveitou para criticar a ausência da presidente no evento da Força, que reuniu 1,5 milhão de pessoas, segundo a central. "Quem tem coragem mostra a cara e quem não tem manda representantes", afirmou Paulinho, referindo-se aos dois emissários de Dilma no evento, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ministro do Trabalho, Manoel Dias.
(Com Estadão Conteúdo)
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