quinta-feira 20 2014

Alunos com melhores notas entram no mercado ganhando mais

Pesquisa

Estudantes que obtiveram notas 10% superiores no Saeb recebem, 5 anos após conclusão do ensino médio, salários 5% maiores, aponta Fundação Itaú Social

Bianca Bibiano
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013
Alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco se preparam para um simulado às vésperas do Enem 2013 (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estudantes que obtiveram notas 10% superiores às de seus colegas em provas de matemática e português do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) recebem — cinco anos após a conclusão do ensino médio — salários em média 5% maiores. O dado consta de estudo lançado nesta terça-feira pela Fundação Itaú Social.
A pesquisa é a primeira no Brasil a analisar a relação direta entre desempenho na avaliação escolar e salários. Foram analisados dados de estudantes que realizaram as provas do Saeb em 2000 e 2010 e também informações do Censo Demógrafico e da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad).
De acordo com os dados levantados por Naercio Menezes Filho e Andréa Zaitane Curi, que elaboraram o estudo, a proficiência em português e matemática na prova nacional garante um aumento de cerca de 57 reais no salário — usando-se como base uma remuneração média de 1.1155 reais. "O resultado comprova um conceito intuitivo que está disseminado: o aluno que estuda mais tem mais chances de conseguir salário inicial melhor na vida adulta", diz Menezes Filho.
A prova do Saeb é elaborada pelo Ministério da Educação (MEC) e aplicada a cada dois anos em três estágios da escolaridade: 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. A partir do resultado dos alunos nessa prova, é calculada a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Segundo Patrícia Mota, diretora de educação do Itaú Social, o estudo comprova a importância do ensino na melhoraria da produtividade profissional. "O estudo não fala apenas da nota que o aluno obteve em uma prova de matemática ou português, mas sim das habilidades acumuladas ao longo da vida escolar até o ensino médio e que são medidas pelo Saeb. Aqueles que foram mais bem instruídos na escola terão mais chances de conseguir o primeiro emprego com um salário maior."
Patrícia explica ainda que, além do tempo de estudo, o aluno precisa ter uma formação de qualidade. "Esses números expõem a necessidade de melhorar a formação do professor em sala de aula, para garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de chegar ao mercado de trabalho."

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