sábado 01 2014

Rússia reconhece cerveja como álcool pela primeira vez


A cerveja é considerada equivalente a refrigerantes na Rússia
O Parlamento russo aprovou em primeira instância um projeto de lei que reconhece, pela primeira vez no país, a cerveja como bebida alcoólica.
Até então considerada item alimentício na Rússia, a cerveja passará a ter sua produção controlada e seu consumo restrito da mesma forma que bebidas destiladas.
O projeto, que foi apresentado pela primeira vez no Parlamento na última terça-feira, ainda terá que passar por pelo menos mais duas audiências parlamentares e ser aprovado pelo presidente Dmitry Medvedev antes de se tornar lei.
A iniciativa pretende limitar a venda de cervejas com teor alcoólico superior a 5% e aumentar os impostos sobre a produção da bebida, para reduzir o consumo de álcool no país, cujos níveis de alcoolismo alarmam as autoridades.
Restrição
Se entrar em vigor, a nova lei proibirá a venda da bebida em estabelecimentos comerciais entre as 11 horas da noite e as 8 horas da manhã.
Também será proibido vender cerveja em aeroportos, estações de trem e de metrô, quiosques em locais abertos e em arredores de lugares públicos, onde haja aglomeração de pessoas.
O conteúdo de latas e garrafas será restrito a 330 mililitros.
Segundo o jornal russo Pravda, por causa da baixa qualidade do álcool que circula no país, a lei também deve dificultar a aquisição de selos especiais para bebidas alcoólicas por parte das empresas e concentrar a fiscalização da qualidade da produção em órgãos federais.
Segundo pesquisadores, o consumo de cerveja na Rússia triplicou nos últimos 15 anos por causa dos baixos preços e da disponibilidade da bebida.
No entanto, ante a predileção nacional por bebidas destiladas mais fortes, como a vodka, a cerveja é considerada pela população russa como uma espécie de refrigerante.
Em 2009, Medvedev declarou que o alcoolismo é um "desastre nacional", após a divulgação de dados da ONU que apontavam que os russos bebem, em média, 18 litros de álcool puro por ano.
O número é mais que o dobro do considerado prejudicial pela Organização Mundial da Saúde.

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