O mundo é pequeno.
Roberto Donati, oficial de ligação da polícia italiana no Brasil e agente da Interpol que exerceu papel importante na prisão do mensaleiro foragido Henrique Pizzolato na Itália, figura nas gravações telefônicas ilegais feitas pela Polícia Federal para investigar o ex-secretário Nacional de Justiça, delegado Romeu Tuma Junior.
As gravações, segundo o delegado, eram parte dos esforços de setores do governo Lula para incriminá-lo como cúmplice de um cidadão chinês acusado de contrabandista.
Tuma foi inocentado em 2009 por unanimidade pela Comissão de Ética da Presidência da República e pela comissão de investigação criada no Ministério da Justiça para o caso.
Donati e Tuma se conheceram durante os trabalhos que levaram à prisão do banqueiro ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola, condenado à prisão por crimes financeiros na gestão do extinto banco Marka mas foragido a Itália como forma de escapar da cadeia.
Como a Itália não extradita seus nacionais, Cacciola, como se recorda, acabou sendo preso ao deixar território italiano, durante uma viagem a Mônaco, em setembro de 2007. Acabaria extraditado para o Brasil no ano seguinte, tendo cumprido quatro anos de pena no presídio de Bangu, no Rio.
Donati foi um dos policiais italianos mais empenhados na captura de Cacciola e manteve frequentes contatos com o então secretário Nacional de Justiça. Mais tarde, já com Cacciola preso, Donati solicitou o auxílio de Tuma em uma questão de documentos de sua ex-sogra, brasileira residente na Itália, cujo sobrenome grafado erradamente vinha causando problemas.
Nas trocas de telefonemas sobre esse tema, o policial italiano acabou sendo gravado em um dos “grampos” ilegais.
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