Mensalão
Polícia seguiu os passos da mulher do mensaleiro para descobrir o esconderijo do ex-diretor do Banco do Brasil no norte da Itália
Laryssa Borges, de Brasília
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato (Divulgação/Polícia de Modena)
Embora tenha fraudado pelo menos cinco documentos oficiais para se passar pelo irmão morto há 35 anos, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e sua mulher, a arquiteta Andréa Eunice Haas, deixaram pistas pelo caminho. Segundo a Polícia Federal, o monitoramento da mulher foi decisivo para descobrir o paradeiro do mensaleiro.
De acordo com policiais federais que atuaram na operação de captura do fugitivo, Andréa tinha um Fiat Punto vermelho (placa 7597 GNF) em seu nome, registrado na cidade espanhola de Málaga. O fato de a arquiteta não ter adulterado sua identidade permitiu que seus deslocamentos fossem rastreados.
A polícia italiana, por exemplo, informou as autoridades brasileiras que o carro estava estacionado em frente a uma casa na cidade de Maranello, no norte da Itália, indicando a presença da mulher de Pizzolato na região. Em seguida, a polícia acabou descobrindo que o imóvel era o esconderijo do mensaleiro. Também foi Andréa quem comprou a passagem aérea da Aerolíneas Argentinas para o marido embarcar de Buenos Aires para Barcelona. E foi no embarque no aeroporto de Ezeiza que o ex-diretor do Banco do Brasil cometeu seu pior erro, segundo a polícia: embora tivesse o passaporte em nome de Celso Pizzolato, ele tirou foto e deixou as impressões digitais registradas na imigração – no dia 12 de setembro de 2013, às 19h08.
A polícia italiana, por exemplo, informou as autoridades brasileiras que o carro estava estacionado em frente a uma casa na cidade de Maranello, no norte da Itália, indicando a presença da mulher de Pizzolato na região. Em seguida, a polícia acabou descobrindo que o imóvel era o esconderijo do mensaleiro. Também foi Andréa quem comprou a passagem aérea da Aerolíneas Argentinas para o marido embarcar de Buenos Aires para Barcelona. E foi no embarque no aeroporto de Ezeiza que o ex-diretor do Banco do Brasil cometeu seu pior erro, segundo a polícia: embora tivesse o passaporte em nome de Celso Pizzolato, ele tirou foto e deixou as impressões digitais registradas na imigração – no dia 12 de setembro de 2013, às 19h08.
Outra indiscrição da esposa de Pizzolato alertou os policiais. Às vésperas da fuga, ela deixou a cobertura do número 46 da rua Domingos Ferreira, no Rio de Janeiro, em plena madrugada, com três malas. Não passou despercebida pelo porteiro do turno, que ainda a ajudou com a bagagem.
Pizzolato e Andréa sempre tiveram uma relação de cumplicidade. Eles se conheceram em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, quando cursavam arquitetura na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pizzolato foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná e, em sua casa no Rio de Janeiro, recebia advogados e poucos amigos.
Cerco – O cerco a Pizzolato ocorreu durante toda a noite que antecedeu a prisão. A presença de André na janela do imóvel em Maranello foi decisiva para que os policiais tivessem certeza de que Pizzolato estava escondido na casa. A residência era utilizada pelo sobrinho do mensaleiro, o engenheiro da Ferrari Fernando Grando, que deixou a casa na quarta-feira sem trancar a porta. De acordo com Roberto Donati, oficial de ligação da polícia italiana no Brasil, com a casa aberta, os policiais distraíram Grando para conseguir ter acesso ao fugitivo. Pizzolato não resistiu à abordagem policial, embora tenha se identificado como o irmão Celso. Apenas no interrogatório revelou sua verdadeira identidade.
De acordo com a Polícia Federal, será investigada se a participação da mulher e do sobrinho de Pizzolato na fuga e esconderijo do mensaleiro pode ou não ser considerada crime.
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