sábado 11 2014

Como manter a saúde em dia

Olhos


A consulta com um oftalmologista é necessária não só para detectar graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo do paciente, mas para o diagnóstico de doenças que acometem a vista, especialmente após os 40 anos. Essas condições incluem glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). "Uma pessoa com caso de glaucoma na família tem de dez a quinze vezes mais chances de apresentar o problema. Por isso, a partir dos 40 anos, ela deve acompanhada por um oftalmologista com frequência", diz Fabrício Witzel, oftalmologista do Hospital das Clínicas da USP.

Vacinação

Um adulto não vacinado não somente coloca em risco a sua saúde, mas pode servir como vetor de transmissão para crianças que ainda não completaram a imunização. Por isso, é essencial manter a vacinação em dia durante toda a vida. As vacinas para adultos incluem difteria e tétano (uma dose a cada dez anos); HPV (três doses entre 19 e 26 anos); tríplice viral (uma dose após os 19 anos, mesmo tendo tomado essa vacina na infância); varicela (caso não tenha tomado a vacina na infância); hepatite A e B (ambas para quem não tomou na infância ou nunca teve a doença); meningocócica (uma dose na vida); gripe (doses anuais); pneumocócica (uma dose a partir dos 60 anos).

Coração

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil tanto entre homens quanto mulheres, sendo responsáveis por 30% dos óbitos registrados no país, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, é essencial ter cuidado com a saúde do coração. Toda consulta com um cardiologista inclui medida da pressão arterial e realização do eletrocardiograma. Esse exame, que traça o registro de atividade elétrica do coração enquanto o paciente está em repouso, identifica distúrbios do funcionamento do órgão e ajuda a prevenir problemas como morte súbita cardíaca. Além disso, pessoas sedentárias ou com mais de 40 anos que decidem praticar atividade física devem ser submetidos a um teste ergométrico. Ele avalia o coração em situação de stress, geralmente com o paciente se movimentando em uma esteira ou bicicleta estacionária. O exame pode identificar alterações do coração durante o exercício, como uma arritmia cardíaca, e ajudar a prevenir hipertensão ou algum evento cardiovascular.

Saúde bucal


Infecções que ocorrem na boca já foram relacionadas a uma série de problemas de saúde – entre eles, diabetes, doenças do coração e câncer. A periodontite, por exemplo, é o problema dentário mais comum entre adultos. Causada pelo acúmulo de bactérias, pode iniciar como uma gengivite e, sem cuidados adequados, evoluir para a perda de um ou mais dentes. Além disso, essas bactérias podem entrar em contato com a corrente sanguínea e se espalhar pelo corpo, infeccionando diferentes órgãos e tecidos. Por esse motivo, é essencial que a higienização bucal esteja em dia e que um dentista seja consultado regularmente para barrar o avanço das cáries e da gengivite, explica Alênio Calil Mathias, diretor Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose. "A visita ao dentista deve ser, no mínimo, anual. Mas a frequência pode aumentar de acordo com os cuidados do paciente com a higiene bucal", diz.

Saúde da mulher

O Papanicolau é o exame para diagnosticar câncer de colo do útero, o terceiro mais incidente em brasileiras, com 15 000 novos casos esperados para 2014. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Papanicolau deve ser feito em mulheres com mais de 25 anos e que têm uma vida sexual ativa. As diretrizes recomendam que os dois primeiros exames sejam realizados anualmente e, caso os resultados sejam normais, a cada três anos. Já a detecção precoce do câncer de mama (57 mil novos casos previstos para 2014 no Brasil) pode ser feita com a mamografia. Não existe um consenso em relação à idade mínima em que a mulher deve se submeter ao exame. A recomendação do Inca é a cada dois anos para pacientes de 50 a 69 anos.

Saúde do homem

A partir dos 30 anos, recomenda-se que o homem comece a fazer o autoexame da próstata. "Basta apalpar o contorno do testículo durante o banho, uma vez a cada quinze dias. Se encontrar algum caroço ou outra anormalidade, é preciso procurar o médico", diz Valter Javaroni, chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Já os exames para detecção do câncer de próstata – o PSA e o de toque retal — devem se iniciar aos 50 anos, segundo a SBU. A idade mínima cai para 45 anos no caso de pessoas negras, obesas ou com histórico da doença na família. Se os resultados forem normais, o paciente deve repetir os exames depois de um ano. Caso algum dos testes levante a suspeita de câncer, o médico realiza uma biópsia. O tumor de próstata é o mais comum entre homens no país. Para 2014, o Inca prevê 69 000 novos casos.

Exames laboratoriais

Os exames de sangue avaliam uma série de características do organismo. O hemograma, por exemplo, mede os níveis de glóbulos vermelhos e brancos na corrente sanguínea e pode acusar anemia ou infecções. Já os testes de glicemia e colesterol mostram como estão as taxas de gordura e açúcar no sangue, podendo revelar o risco de diabetes e problemas cardiovasculares, respectivamente. A checagem da tireoide calcula os níveis de hormônios como o TSH e TS4 livre, e acusa distúrbios a exemplo de hipotireoidismo e hipertireoidismo.

Câncer colorretal

A colonoscopia é o exame que detecta o câncer colorretal, que atinge uma parte do intestino grosso e o reto – 32 000 novos casos são estimados no Brasil em 2014, sendo 17 000 em mulheres e 15 000 em homens. Segundo as diretrizes do Inca, a colonoscopia é recomendável a pacientes com mais de 50 anos que apresentarem sangramento nas fezes. Caso uma pessoa dessa faixa etária não tenha esse sintoma ou alterações intestinais importantes, o exame deve ser repetido a cada dois ou três anos.

Ossos

A densitometria óssea é essencial para o diagnóstico da osteoporose, enfermidade que afeta uma em cada três mulheres com mais de 50 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Segundo Gutemberg Almeida, diretor do Instituto de Ginecologia do Hospital Moncorvo Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela deve ser feita em pessoas com mais de 60 anos. A idade diminui caso o paciente tenha histórico familiar de osteoporose.

Fontes: Alênio Calil Mathias, dentista e diretor da Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose; Danielli Haddad, coordenadora do Centro de Acompanhamento da Saúde e Check-up do Hospital Sírio-Libanês; Fabrício Witzel, oftalmologista do Hospital das Clínicas da USP; Gutemberg Almeida, diretor do Instituto de Ginecologia do Hospital Moncorvo Filho da UFRJ; Hélio Magarinos, patologista clínico; Valter Javaroni, chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio de Janeiro

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