Eleições Rio
PMDB vai usar secretarias que eram do PT para obter apoio do PSD e do Solidariedade. Petistas começam a abandonar cargos no governo do Estado
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Washington Quaquá, recém-eleito presidente do PT no Rio (Divulgação)
O Rio de Janeiro tem problemas de sobra, mas no momento as principais figuras do governo do Estado estão empenhadas em uma disputa sem muito sentido: diante do inevitável divórcio, PMDB e PT correm para fazer o primeiro sinal de adeus. Como revelou o Radar On-Line, o governador Sérgio Cabral decidiu exonerar os petistas alocados em seu governo. Nesta segunda-feira, o presidente do diretório fluminense do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse que vai orientar os secretários petistas, Carlos Minc (ambiente) e Zaqueu Teixeira (Assistência Social), a pedir exoneração antes que o governador Sérgio Cabral execute a demissão deles.
Apesar das intenções conflitantes – os dois partidos têm candidatos ao governo –, PT e PMDB vinham postergando o divórcio. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez os petistas do Rio atrasarem a saída do governo, enquanto tentava, com Sérgio Cabral, manter unidos os partidos de forma a não causar problemas para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Cabral tentava, com ajuda da direção nacional peemedebista, atrasar a despedida, enquanto ensaiava uma composição para que o senador Lindbergh Farias desistisse de sair candidato e os petistas apoiassem a eleição do vice-governador Luiz Fernando Pezão, o homem do PMDB para a sucessão.
Mesmo com a concorrência entre os candidatos, Quaquá declarou que ficou acertada uma espécie de coexistência pacífica, sem acusações mútuas entre os partidos. Uma reunião no diretório regional fluminense no fim da tarde vai definir como vai ser o rompimento petista.
Com a saída dos secretários petistas de governo, o PMDB aproveitou para buscar a adesão de outros partidos para uma aliança que favoreça a candidatura de Pezão. O deputado estadual Pedro Fernandes, filho da vereadora Rosa Fernandes e líder do Solidariedade no Rio, será o secretário de Assistência Social. O objetivo é demover o Solidariedade de lançar a candidatura de Rosa Fernandes ao governo estadual e integrá-lo à coligação. Com o mesmo objetivo, foi convidado Índio da Costa, presidente do PSD no Rio, para ser secretário do Ambiente e desistir de se lançar candidato ao Palácio Guanabara em outubro.
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