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Mensalão
Deputado foi condenado a sete anos e dois meses de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Marcela Mattos, de Brasília
Pedro Henry, ex-líder do PP no governo Lula (Lindomar Cruz / Agência Brasil)
Condenado no julgamento do mensalão, o deputado federal Pedro Henry (PP-MT) se entregou na manhã desta sexta-feira na sede da Polícia Federal em Brasília. Simultaneamente, ele encaminhou ofício à Câmara renunciando ao mandato parlamentar.
Henry foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a sete anos e dois meses de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é o 17º mensaleiro que começará a cumprir pena na prisão – o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto fugiu do país.
O congressista ainda tentava rediscutir a condenação por meio dos chamados embargos infringentes, alegando que conseguiu três votos pela absolvição. No entanto, o Regimento Interno do STF exige o mínimo de quatro votos favoráveis ao réu para que os infringentes sejam admitidos. Nesta quinta-feira, o STF decretou o fim de seu processo (trânsito em julgado).
Renúncia – O parlamentar de Mato Grosso seguiu a fórmula usada pelos agora ex-deputados José Genoino (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) e entregou o mandato por meio de uma carta. O documento foi encaminhado à presidência da Câmara dos Deputados. O conteúdo do texto também foi similar: Henry disse ser inocente e alegou que os ministros do STF tiveram um entendimento equivocado sobre seu caso. O deputado ainda criticou o foro privilegiado e afirmou que seu sentimento é de “dever cumprido com os mato-grossenses”.
Na carta, Henry, que é médico cirurgião, afirmou que pretende retornar à profissão de origem, “sem arrependimentos ou amarguras” e feliz por ter vivido a experiência no Congresso. E lamentou o fim de sua carreira política: “Não seria este o desfecho que eu havia planejado, mas não vou expor esta instituição mais do que já se encontra exposta por este episódio”.
Ao renunciar, Henry quis escapar do constrangimento de ter o mandato apreciado por seus colegas em votação aberta. O deputado, que desde 1993 ocupa o cargo na Câmara dos Deputados, está inelegível pelos próximos quinze anos e o papel de deputado-presidiário apenas causaria mais desgaste à Casa.
Em 2005, quando surgiram as denúncias sobre o esquema de pagamento de propina em troca de apoio ao governo Lula, Henry foi absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara por falta de provas e livrou-se de enfrentar um processo de cassação. O episódio não interferiu nos resultados nas urnas e o deputado foi reeleito nas duas eleições seguintes.
Suplente – O sucessor direto de Henry, que ainda tem de se pronunciar se aceita assumir o posto, é o empresário e agropecuarista Roberto Dorner, de 65 anos. No início de 2011, ele assumiu o mandato quando o mensaleiro licenciou-se do cargo para tomar posse na Secretaria de Saúde de Mato Grosso. Nove meses depois, Henry retornou ao cargo na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2010, Dorner conquistou 50.000 votos pelo PP. No entanto, ele migrou para o PSD, onde atualmente é vice-presidente estadual da legenda em Mato Grosso e presidente do diretório municipal em Sinop.
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