12 de
dezembro de 2013
Marina Dutra
Marina Dutra
O senador Fernando Collor de Melo (PTB/AL) gasta
todos os meses cerca de R$ 20 mil com segurança privada. Desde o início do ano,
R$ 230,2 mil já foram desembolsados pelo Senado Federal para ressarcimento do
valor pago pelo parlamentar por meio da verba indenizatória.
Collor, no entanto, já utiliza os
serviços de segurança prestados pela Presidência da República, por ser
ex-presidente. O senador tem o direito de indicar até quatro servidores cedidos
pelo Executivo Federal para exercer funções de segurança e apoio pessoal. De
acordo com a Presidência, todos os ex-presidentes fazem uso de servidores para
proteção.
Há um mês o Contas Abertas tem tentado
entrar em contato com a assessoria do parlamentar, sem sucesso. O assessor Joberto
Sant’Anna não respondeu nenhum dos e-mails encaminhados ao gabinete e nunca
atendeu ou retornou as ligações realizadas pela reportagem.
Em 2009, Collor afirmou ao jornal Folha
de S. Paulo que utiliza a verba indenizatória para arcar com a segurança de sua
residência, desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2007. Conhecida como
Casa da Dinda, no entanto, a casa localizada na beira do Lago Paranoá, área
nobre de Brasília, é frequentada apenas nos fins de semana ou feriados. O
parlamentar mora em um apartamento funcional do Senado. Na época, indagado se
os serviços prestados pela Presidência não seriam suficientes para sua
segurança, Collor desconversou: “Você está entrando em outra área”.
Os serviços são prestados pela Cintel
Service, empresa do Distrito Federal responsável por serviços na área de
conservação, limpeza e segurança – o que inclui homens armados e uniformizados
e alarmes.
O senador José Sarney, também
ex-presidente, faz uso dos serviços de segurança da Presidência a que tem
direito, mas não gasta a verba indenizatória com proteção pessoal. Questionada
se os ex-presidentes presidentes podem abrir mão de requisitarem os servidores,
a Presidência afirmou que sim, mas não existe a possibilidade de reembolso de
despesas com seguranças particulares.
Protegidos
Além de Collor, outros 11 senadores
utilizaram a verba indenizatória para a contratação de serviços de segurança
privada. O senador Lobão Filho (PMDB/MA) foi reembolsado em R$ 44 mil este ano.
Os gastos do parlamentar foram de cerca de R$ 5 mil por mês em segurança armada
para o escritório político dele. José Agripino (DEM/RN) pagou R$ 40 mil em 2013
para a contratação de agente de segurança para sua residência. Sodré Santoro
(PTB-RR), suplente do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) gastou R$ 16 mil
com serviços de proteção. Kátia Abreu (PMDB/TO) e João Capiberibe (PSB/AP)
foram ressarcidos em R$ 14,8 mil e R$ 13,5 mil respectivamente.
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