sábado 07 2013

Nelson Mandela e as mulheres, uma paixão em sua vida

 Por Joanesburgo (AFP), AFP



Nelson Mandela e Graça Machel durante cerimônia de criação do grupo The Elders, em 18 de julho de 2007 em Johannesburgo
Nelson Mandela e Graça Machel durante cerimônia de criação do grupo The Elders, em 18 de julho de 2007 em Johannesburgo

Com a vida tomada pela política, Nelson Mandela nunca teve realmente tempo para as mulheres, mas, como homem encantador e namorador, sempre buscou sua companhia como mostram seus inúmeros romances e seus três casamentos.
Os dois primeiros matrimônios sucumbiram às pressões e aos sacrifícios da luta contra o regime racista do Apartheid. Ele teve de esperar chegar aos 80 anos, já um homem livre e quase aposentado, para encontrar a moçambicana Graça Machel. Mandela se apaixonou como um adolescente e encontrou paz e serenidade.
A vida política do jovem Nelson Rolihlahla Mandela talvez tenha começado com a fuga de uma mulher: aquela escolhida pelo regente de seu clã, no Transkei (sudeste), para que ele se casasse em 1941, aos 22 anos.
"É certo que minha futura mulher tem tanta vontade de se livrar de mim, quanto eu dela", escreveu.
Uma noite, Mandela e um amigo, Justice, fugiram para Johannesburgo, em busca da riqueza e da emancipação.
Na capital econômica do país, graças ao futuro mentor Walter Sisulu, o aprendiz de advogado Mandela forjou sua educação política e descobriu o amor. Foi na casa dos Sisulu que encontrou Evelyn Mase, "uma bela e tranquila jovem que chegava do campo".
Eles se casaram em 1944 e tiveram dois filhos, Thembi e Makgatho, e duas filhas, Makaziwe (falecida aos nove meses em 1948) e Pumla Makaziwe.
O problema é que Mandela, então um dos jovens líderes do ANC, estava mergulhado na militância e estava sempre ausente. Evelyn, cada vez mais atraída pela religião, acabou abandonando o domicílio conjugal em 1955.
Dois anos e algumas militantes depois, Mandela conheceu Nomzamo Winnifred Madikizela, uma sedutora assistente social de 21 anos. Voltou a se apaixonar.
"Não sei se algo como o amor pode surgir no primeiro olhar, mas sei que, no exato instante em que vi Winnie Nomzamo, soube que seria minha mulher", escreveu em sua autobiografia "O longo caminho para a liberdade".
Ingênua e apaixonada, Winnie deixou que Mandela fizesse "a corte e a politizasse ao mesmo tempo". Eles se casaram em 1958, e Winnie abraçou sua luta e seus amigos.
O casal teve duas filhas, Zenani e Zinzi, durante cinco anos desenfreados de militância, entre detenções e julgamentos.
Os 27 anos de prisão que se seguiram à última detenção de Mandela em 1963 implodiram a união, apesar das emocionantes cartas de amor e de apoio.
De sua cela, Mandela continua se dedicando à ANC. Winnie, uma figura emblemática da resistência popular, enlouquecia com sua própria aura, a ponto de encarnar o terror, nos anos 1980.
A imagem de Winnie de mãos dadas com Mandela no dia de sua libertação, em 11 de fevereiro de 1990, escondia a realidade. Em breve ela seria julgada por sequestro e cumplicidade de homicídio de um jovem ativista do ANC, tornando-se um peso para o partido no poder. O casal se divorciou em 1996.
Durante a presidência, Mandela sempre teve oportunidade de conhecer belas mulheres: misses sul-africanas, modelos internacionais, como Naomi Campbell, ou atrizes, como a sul-africana Charlize Theron.
Em 1990, pouco antes de ser libertado, ele encontrou em Maputo Graça Machel, viúva do presidente moçambicano Samora Machel, morto em um acidente de avião em 1986. Suspeita-se que a queda tenha sido orquestrada pelo regime do Apartheid.
Aos poucos, ele foi ficando cada vez mais envolvido com essa mulher 27 anos mais jovem. Pouco a pouco, os dois começaram a aparecer mais em público, como no casamento do presidente zimbabuano, Robert Mugabe, onde se beijaram, em 1996. Incapaz de esconder sua felicidade, Mandela falou para a imprensa do "maravilhoso sentimento de estar apaixonado". Casaram-se em 18 de julho de 1998, em seu aniversário de 80 anos.

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