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Dilma Rousseff: quanto menos adversários, melhor
Lançada candidata à reeleição pelo ex-presidente Lula, Dilma Rousseff determinou que sua base na Câmara dos Deputados aprovasse com urgência o projeto de lei que sufoca a criação de novos partidos políticos. A presidente quer aniquilar as chances de criação de novas siglas para evitar que as legendas deem apoio ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República pelo PSB. As articulações também afetam diretamente a ex-senadora Marina Silva, que trabalha na coleta de assinaturas para a criação da Rede Sustentabilidade de olho na sucessão de Dilma.
Eduardo Campos: em busca de novos aliados
Provável candidato à Presidência da República em 2014, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, atuou como um dos principais incentivadores da fusão entre PPS e PMN e chegou a oferecer assessoria jurídica para a criação do novo Mobilização Democrática. A ideia de Campos, que é também governador de Pernambuco, é atrair o máximo de legendas e, com isso, conseguir tempo suficiente na propaganda eleitoral para tentar fazer impedir o favoritismo de Dilma Rousseff. Com mais partidos e candidatos, o socialista trabalha também para que a corrida presidencial possa chegar ao segundo turno.
Gilberto Kassab: feitiço contra o feiticeiro
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab se beneficiou diretamente da falta de restrição à criação de novos partidos políticos e conseguiu viabilizar há dois anos a criação do PSD. Presidente nacional da legenda, o político conseguiu esvaziar os quadros do DEM, de quem ele próprio é egresso, e montar a expressiva bancada de 48 deputados federais. Para que a sigla não ficasse à míngua, com apenas a parcela mínima dos recursos do fundo partidário, Kassab teve de recorrer à Justiça para conseguir que os deputados que migraram para a legenda tivessem peso na partilha do fundo partidário e do tempo de TV. Agora, temendo ser vítima da mesma estratégia que aplicou no passado, articulou pela aprovação do projeto de lei que restringe a criação de novas agremiações. Mais: ameaça recorrer à Justiça caso algum dos filiados do PSD deixe a legenda para se engajar nos quadros do novo Mobilização Democrática (MD).
Roberto Freire: pressa para criar nova sigla
Presidente do recém-lançado partido Mobilização Democrática (MD), resultado da fusão entre PPS e PMN, Roberto Freire se aproximou do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para tentar revitalizar na nova sigla duas legendas que beiravam a inexpressividade no Congresso. Com uma bancada de 13 deputados federais, o MD espera dobrar seu tamanho na Câmara.
Marina Silva: projeto sufocado
Com 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, Marina Silva se movimenta para tentar criar o Rede Sustentabilidade. A ex-senadora já amealhou quase 130 000 assinaturas das 500 000 necessárias para criar a legenda. Com a aprovação do projeto de lei na Câmara – o texto ainda precisa ser analisado pelo Senado – o Rede, quando obtiver o registro oficial, ficaria com apenas a fração mínima destinada a todos partidos políticos e onze segundos de propaganda eleitoral na televisão. Marina e seus aliados estudam recorrer à Justiça para que as restrições aos novos partidos não entrem em vigor.
Paulinho: partido dos governistas insatisfeitos
Presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) está na reta final de coleta de assinaturas para a criação do Partido Solidariedade, mais uma legenda que entraria nas negociações por alianças nas eleições presidenciais de 2014. O Solidariedade nasceria para abrigar uma leva de insatisfeitos com os atuais partidos políticos e com o governo Dilma Rousseff. Embora ainda não tenha o partido formado, Paulinho pretende assinar conjuntamente os recursos contra a restrição a novas agremiações políticas quando o caso for levado ao STF e fazer coro contra o projeto de lei.
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