O asilo político oferecido esta semana pelo governo da Rússia ao americano Edward Snowden (foto) é uma instituição que existe desde a antiguidade – como, aliás, a palavra que deu origem à nossa. Registrado em português pelo menos desde 1623, o vocábulo é derivado do latim asylum (“qualquer lugar inviolável, asilo, refúgio, couto, lugar de refúgio e imunidade”, na definição do dicionário Saraiva). Este, por sua vez, como tantos termos latinos, tinha sua matriz no grego.
É instrutivo saber que o substantivo grego ásylon (“lugar inviolável, inviolabilidade de um lugar”) nasceu da união do prefixo a- – que, como no caso das palavras acéfalo e acrítico, indica negação – a um derivado do verbo syláo, que significava “despojar, pilhar”. O asilo era o lugar em que, especialmente numa guerra, alguém podia ficar a salvo de violência – e por extensão a própria condição de segurança oferecida por tal lugar.
“Todo homem, vitima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”, reza a Declaração Universal dos Direitos do Homem. A prova de que já na antiguidade a palavra nomeava algo semelhante ao que hoje compreendemos como asilo político pode ser encontrada no historiador grego Heródoto, que relata o caso de espartanos dissidentes refugiados na corte persa.
Como se sabe, o sentido mais difundido da palavra em português é uma extensão do que foi exposto acima, de contornos mais sociais que políticos: “casa de assistência social onde são recolhidas para sustento ou também para educação pessoas pobres e desamparadas, como mendigos, crianças abandonadas, órfãos, velhos etc.” (Aurélio).
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