quarta-feira 24 2013

MP denuncia quatro integrantes da quadrilha de Cachoeira

Corrupção

José Queiroga, Rosalvo Cruz, Cláudio Kratka e Daniel Wanilton devem responder por lavagem de dinheiro

Marcela Mattos, de Brasília
Carlinhos Cachoeira
Carlinhos Cachoeira foi preso em fevereiro de 2012 numa operação da Polícia Federal
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) apresentou uma nova denúncia contra quatro integrantes da quadrilha de Carlinhos Cachoeira nesta quarta-feira. Esta é a quarta ação relativa à Operação Monte Carlo, que desbaratou a atuação do bicheiro Carlinhos Cachoeira em esquemas de corrupção e troca de favores envolvendo policiais, governos estaduais, a empreiteira Delta e políticos de diversos partidos. As quatro pessoas foram denunciadas pelo crime de lavagem de dinheiro.
Apontado como coordenador do esquema de jogos no entorno do Distrito Federal, José Olímpio Queiroga, de acordo com o Ministério Público, recebia de 30% a 35% do faturamento bruto obtido com os caça-níqueis. Para camuflar a origem do dinheiro, o esquema era articulado com as empresas MZ Construtora e Emprodata Administração de Imóveis – que é de propriedade de seu filho, Diego Wanilton, também denunciado - e a Laser Press Tecnologia, além dos serviços financeiros de Cláudio Kratka, funcionário do Banco de Brasília e também alvo da acusação. O quarto acusado é Rosalvo Simprini Cruz, operador financeiro de Olímpio. 
O esquema de lavagem ocorria da seguinte forma: Rosalvo Simprini era responsável por recolher, geralmente em cheques, os valores que as casas de jogos deviam a José Olímpio. Em seguida, os cheques eram repassados para o funcionário do BRB Cláudio Kratka, que retirava 6% do valor para ele e repassava o restante para as empresas envolvidas. 
Queiroga e Simprini foram denunciados por lavagem de capital. Kratka, além da lavagem de dinheiro, é apontado por operar instituição financeira sem autorização do Banco Central. Já o filho do coordenador do esquema, Diego Wanilton, responderá para utilização de recursos provenientes da lavagem de capital. A punição, em todos os casos, varia de três a dez anos. 
A Operação Morte Carlo foi deflagrada em fevereiro de 2012. Ao todo, 80 pessoas foram acusadas de integrar o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira. O bicheiro foi condenado a 39 anos e oito meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha.   

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