Saúde pública
Classe médica critica o programa Mais Médicos, anunciado na última semana pelo governo federal, e reivindica mais investimentos na saúde
Presidente Dilma Rousseff durante lançamento de programa que visa a levar médicos para interior e periferias do país(Fernando Bizerra Jr./EFE)
Médicos de Fortaleza pretendem realizar uma nova manifestação contra o programa do governo federal Mais Médicos nesta quinta-feira, dia em que está prevista uma visita da presidente Dilma Rousseff à cidade para vistoriar estações de metrô. O protesto, marcado para o final da manhã, está sendo organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará.
"Queremos entregar para a presidente um documento elencando as reivindicações dos médicos brasileiros. Uma delas é a criação da carreira de médico no serviço público. Queremos mais investimentos para a saúde e somos contra a prorrogação de seis para oito anos nos cursos de medicina", diz o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes. "Exigimos das autoridades brasileiras respeito à nossa profissão e ao povo brasileiro".
Segundo Pontes, a concentração do protesto será na Praça da Bandeira às 8h30. Depois, haverá uma caminhada até a Praça do Ferreira e às estações que devem ser visitadas pela presidente.
Tabu — O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira que há um tabu no Brasil em relação ao número de médicos. Segundo ele, a ideia comum é de que há muitos médicos, mas que estão mal distribuídos. "Mas quando a gente compara o Brasil com qualquer país, estamos muito abaixo no número de médicos", disse, citando Argentina e Uruguai. "Temos poucos e são mal distribuídos."
Padilha defendeu que o governo tem investido em equipamentos para o setor. "Nos últimos cinco anos, o investimento em infraestrutura feito já demanda mais médicos", afirmou. Ele também voltou a dizer que a prioridade para preencher as vagas de médicos no país são os profissionais brasileiros e que eles não perderão postos de trabalho com a importação de estrangeiros. "Caso não existam médicos brasileiros em número suficiente para ocupar as vagas, chamaremos os de outros países", disse.
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