Cidades
São Caetano é a cidade com maior índice; Educação se mantém como o principal desafio do país
São Caetano do Sul lidera o ranking do desenvolvimento humano no Brasil (Antonio Milena)
O Índice do Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, divulgado nesta segunda-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revela o avanço do Brasil nos últimos 20 anos, mas também um quadro em que a educação se mantém como o principal desafio do país. Entre 1991 e 2010, o índice geral cresceu 47,5% – de 0,493 para 0,727. Feito com base no IDH global, publicado anualmente pelo PNUD, esse índice é composto por três variáveis: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). O desempenho de uma determinada localidade é melhor quanto mais próximo o indicador for do número um.
A classificação do IDHM do Brasil mudou de “muito baixo” (0,493 em 1991) para “alto” (0,727 em 2010). É considerado “muito baixo” o IDHM inferior a 0,499, enquanto que a pesquisa chama de “alto” o indicador que varia de 0,700 a 0,799. Segundo os dados, 74% dos municípios brasileiros (4 122) estão com índices entre "médio" e "alto", e 25% deles (1 431) figuram nas faixas de "baixo" e "muito baixo".
Consulte o IDHM de sua cidade no site do Pnud
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Apesar da evolução nesse quadro, a análise por regiões mostra que o Nordeste ainda tem a maioria de seus municípios no grupo de baixo desenvolvimento humano (61,3%, ou 1 099 cidades), enquanto no Norte eles somam 40,1% (180 municípios) nesta categoria. Pelos dados atuais, 44 municípios do Brasil fazem parte da faixa de “muito alto” desenvolvimento humano.
Encabeçando a lista está São Caetano, na Região Metropolitana de São Paulo, com o maior IDHM do país. No outro extremo está Melgaço, no Pará, com o pior índice.
Educação – O subíndice educação, uma das variáveis que compõem o IDHM, é o que mais puxa para baixo o desempenho do país. Em 2010, teve uma pontuação de 0,637, enquanto que os subíndices renda (0,739) e longevidade (0,816) alcançaram níveis maiores.
Embora seja o componente com pior marcação, foi na educação que mais houve avanço nas duas últimas décadas, ressaltaram os pesquisadores. Em 1991, tinha um IDHM 0,279, o que representa um salto de 128% se comparado à pontuação de 2010. "Saímos de um patamar muito baixo, mas a gente ainda não está bem. O IDHM educação é o que menos contribuiu e onde temos os maiores desafios para superar", avaliou Marco Aurélio Costa, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um dos parceiros na realização do estudo.
Longevidade –O componente da longevidade, por sua vez, que é calculado pela expectativa de vida da população ao nascer, é a área na qual o Brasil apresenta melhor pontuação. É o único componente que está na faixa classificada pela pesquisa como um IDHM “muito alto”, quando o índice ultrapassa 0,800. Desde 1991 como o subíndice mais bem avaliado, foi também na longevidade em que a variação ao longo dos últimos 20 anos foi menor. O IDHM longevidade era de 0,662 em 1991, de 0,727 em 2000 e de 0,816, em 2010.
Já a renda mensal per capita saltou 14,2% no período, o que corresponde a um ganho de 346,31 reais em 20 anos. As três instituições que elaboram o Atlas – PNUD, Ipea e Fundação João Pinheiro – ressaltam que 73% dos municípios avançaram acima do crescimento da média nacional. No entanto, há 11% de municípios com IDHM de renda superior ao do Brasil, "evidenciando a concentração de renda do país".
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