Política
Nesta semana, foram revelados três casos envolvendo autoridades que usaram aeronaves oficiais para eventos particulares
Marcela Mattos, de Brasília
Jorge Hage, ministro da Controladoria Geral da União (DL Photo)
O governo federal estuda tornar públicas as informações sobre o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por autoridades. Nesta sexta-feira, o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, reuniu-se com o titular da Defesa, Celso Amorim, para definir de que forma será feita a divulgação dos dados.
De acordo com a assessoria de imprensa da CGU, Hage teve “total receptividade” quanto às medidas de transparência sobre o uso de aviões da FAB. A CGU informou ainda que, no encontro, ficou acertado que as informações serão divulgadas na página de acesso à informação do Comando da Aeronáutica.
Está prevista para as próximas semanas a realização de outras reuniões técnicas entre os órgãos para definir o formato da divulgação dos dados. O Ministério da Defesa ressaltou que os encontros servirão para desenhar todo o sistema – desde a data de implantação até os tipos de dados que poderão ser informados, como a data e o horário das viagens.
A iniciativa foi tomada após três casos envolvendo o uso de aviões oficiais para eventos particulares. O primeiro foi protagonizado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que foi ao Rio de Janeiro assistir ao jogo da seleção em aeronave da FAB. Ele ainda levou outras sete pessoas, entre amigos e familiares. Alves devolveu 9 700 reais à União.
Em seguida, o jornal Folha de S.Paulo revelou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) também viajou em em um jato da FAB, no último dia 15, para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Nesta sexta-feira ele decidiu devolver 32 000 reais aos cofres públicos.
Nesta sexta-feira, mais um episódio: o ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB-RN), requisitou a aeronave oficial para ir a um jogo da Copa das Confederações. Alves usou o avião no dia 28 de junho, quando cumpria agenda no Ceará. Em vez de retornar para Brasília ou viajar para Natal – seu local de residência –, o ministro pediu ao piloto que seguisse para o Rio de Janeiro.
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