quarta-feira 26 2013

'Com Lula, política brasileira voltou à República Velha', diz FHC


Segundo o ex-presidente, ideia de coalizão praticamente desapareceu das práticas do País

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira, 27, em um evento em São Paulo que a práticas políticas do País "são deformadas". A declaração foi dada ao ser questionado se concordava com o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, segundo quem o julgamento do mensalão condenou uma maneira de fazer política no Brasil.
O tucano aproveitou, porém, para criticar seu sucessor no Planalto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso independe do presidente, vem de muitos anos (as práticas deformadas). (Mas), na verdade, houve uma regressão, principalmente no governo Lula, para a República Velha", disse FHC, segundo quem, nesse modelo reformado, a ideia de coalizão praticamente desapareceu. "Não há como chamar de presidencialismo de coalizão, há dois lados só, governo e oposição. Não é um bom sistema".
Um dos patrocinadores políticos da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à sucessão da presidente Dilma Rousseff, sucessora de Lula e pré-candidata à reeleição, FHC falou ao chegar cedo à Escola de Sociologia e Política, no centro paulistano, onde foi o convidado de honra do evento que marcou os 80 anos da instituição.
O ex-presidente comentou também a frase do governador Geraldo Alckmin (PSDB), na semana passada, segundo a qual o ex-governador José Serra "pode ser candidato" em 2014. "Temos muitos candidatos", avisou FHC. "Ele (Serra) pode ser candidato ou não. Tem muita contribuição a dar, de qualquer maneira". Repetiu que "ninguém resolve uma candidatura dois anos antes" e garantiu que Serra não deixará o PSDB: "Ele foi taxativo na convenção. Ele é um ser racional".

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